Moradores do Centro de São Paulo registraram uma madrugada de quinta-feira (2) de muito tumulto, quebra-quebra e confusão na “nova cracolândia”.
Vídeos e fotos mostram os dependentes químicos jogando pedras e objetos em carros que passavam por avenidas dos arredores.
Eles também depredaram comércios e colocaram fogo em sacos de lixo espalhados pelas ruas. "Quebra tudo", gritou um deles em vídeo gravado por um morador da região.
Uma moradora que fez um dos vídeos chega a rezar pedindo que os dependentes químicos não quebrassem nada.
O grupo estava a caminho da praça Princesa Isabel, onde ficava a cracolândia antes da operação realizada na madrugada do dia 11 de maio, quando foram impedidos pela polícia que estava no local.
Em seguida, os frequentadores voltaram para a rua Helvétia e nesse retorno ocorreu a confusão.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), um homem foi preso. Além disso, os casos de depredação foram registrados no 2º DP do Bom Retiro.
Já a Prefeitura de São Paulo diz que o tumulto foi contido pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) e que não houve registro de feridos.
Operação com blindado
Na última sexta-feira (27), a polícia de São Paulo cumpriu mais de 30 mandados de prisão em operação na cracolândia com o objetivo de combater o tráfico de drogas.
Os agentes utilizaram veículos blindados e até atiradores de elite para realizar prisões. Um traficante chegou a ser encontrado com dinheiro na cueca durante uma abordagem.
Migração e novas feiras da droga
A migração do fluxo da Cracolândia pelo centro de São Paulo faz surgir novas feiras da droga na região. Os usuários andam sempre em grupos tomam conta dos lugares que escolhem para fixar um ponto.
Em meio a concentração, entorpecentes são vendidos livremente. Os usuários invadem calçadas, ruas, param os carros e pedem dinheiro. Segundo os moradores, eles colocam música alta e gritam muito.
Traficantes aproveitam multidão
Segundo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, os traficantes se aproveitam do volume de pessoas para evitar as ações do estado. “Quando você tem um volume grande de pessoas concentradas, os traficantes eles usam as pessoas, os usuários como escudo. E aí você não consegue ter acesso tanto com o serviço social e da saúde para abordar. E também da polícia para prender esses bandidos” disse.