O ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) homologou neste sábado (09/09) o acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid e também concedeu a ele liberdade provisória.
De acordo com a decisão, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fica obrigado a cumprir medidas cautelares, incluindo uso de tornozeleira eletrônica, impedimento de sair de casa nos fins de semana e também à noite, e afastamento das funções no Exército.
A notícia foi divulgada em primeira mão pelo jornalista Gerson Camarotti, colunista do portal G1 e comentarista da Globonews.
Preso em maio passado, Mauro Cid é investigado por fraudar os cartões de vacinação do ex-presidente e sua filha. Ele também é um personagem central de um suposto esquema de venda de joias e artigos de luxo que Bolsonaro ganhou de autoridades estrangeiras durante agendas oficiais. É sobre esses casos que ele deve fornecer informações no âmbito da delação agora homologada por Moraes.
Em 31 de agosto, quando Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ficaram em silêncio em depoimento na PF sobre as joias, Cid falou com os policiais por mais de 10 horas.
Cid também deve cooperar com as investigações sobre a invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro no âmbito do inquérito das milícias digitais. Ele já é investigado no caso do hacker Walter Delgatti Netto, suspeito de invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e que teria participado de reuniões com o ex-presidente para discutir a invasão da urna eletrônica.
A homologação da delação premiada de Cid acontece após ter sido fechado acordo de colaboração com a Polícia Federal (PF).
No inquérito das milícias digitais, a PF apura a existência de uma organização criminosa que teria visado atentar contra o Estado democrático de direito.
md/ra (ots)