
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), deu ordens ilegais para “dificultar ou até impedir o livre trânsito eleitores” na blitz que ocorreu no dia do segundo turno das eleições para presidente da República.
Na decisão, que culminou na prisão preventiva do ex-diretor da PRF, aponta que a conduta de Vasques “revela-se ilícita e gravíssima pois são apontados elementos indicativos do uso irregular da máquina pública com objetivo de interferir no processo eleitoral". Segundo Moraes, com “direcionamento tendencioso de recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores”.
O documento aponta que a investigação da Polícia Federal mostra que as ordens foram dadas para causar a dificuldade justamente em regiões em que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva havia obtido votação mais expressiva no primeiro turno, conforme apurado pela ferramenta de inteligência artificial.
Também na decisão, Mores diz que vê fortes indícios de autoria dos crimes de prevaricação, restringir, impedir ou dificultar exercício de direitos políticos, impedir o exercício do sufrágio, abuso de autoridade e o crime de sonegar no dia da eleição o fornecimento e utilidades, alimentação ou meio de transporte a eleitores de determinado candidato.
"É patente, portanto, a necessidade de decretação da prisão preventiva em face da conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal", escreveu Moraes.
Silvinei Vasques preso
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso na manhã desta quarta-feira (9) em Florianópolis, Santa Catarina. A ordem de prisão partiu do Supremo Tribunal Federal na ação que investiga interferências na eleição de 2022. Foram apreendidos celulares, computador e passaporte do ex-diretor da PRF.
De acordo com as investigações, integrantes da Polícia Rodoviária Federal teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30/10/2022. Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país.
Policiais federais cumprem 10 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.
A operação conta com o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou ainda a oitiva de 47 policiais rodoviários federais. Silvinei Vasques compareceu na CPI dos Atos Golpistas em junho e negou irregularidades na atuação da corporação nas eleições de 2022.