Assassinato de brasileiro homossexual gera comoção e protestos na Espanha

Morte de Samuel Muñiz, espancado por grupo em boate, levou milhares às ruas contra a homofobia. Três pessoas foram presas

Felipe Kieling, do Jornal da Band e BandNews TV

O assassinato do auxiliar de enfermagem brasileiro Samuel Muñiz, que era homossexual, fez com que milhares de pessoas saíssem às ruas na Espanha protestar contra o ataque homofóbico que aconteceu na última semana em La Coruña, no noroeste do país.

Segundo o site espanhol “El País”, três pessoas suspeitas de participação no espancamento do brasileiro foram presas nesta terça-feira (6). Pelo menos 15 testemunhas foram ouvidas.

Na última segunda-feira (5), multidões lotaram a praça central da capital Madri e tomaram as ruas de Barcelona. As manifestações se espalharam por várias cidades espanholas em questão de horas, com gritos de ordem e faixas denunciando a homofobia e os crimes de ódio. Internautas passaram a compartilhar as hashtags criadas para pedir justiça, como #JusticiaParaSamuel. 

Até mesmo o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, se pronunciou sobre o assassinato. Em sua conta pessoal no Twitter, Sánchez escreveu que confia no esclarecimento dos fatos e na identificação dos agressores pela investigação policial. 

“Não daremos nem um passo atrás em relação aos direitos e às liberdades. A Espanha não vai tolerar. Todo meu apoio à família [de Muñiz] e seres queridos”, lamentou.

Apesar dos indícios, as autoridades espanholas ainda não confirmaram que se trata de um assassinato motivado por homofobia.

O caso

Samuel, de 24 anos, foi agredido por um grupo de aproximadamente 10 homens na porta de uma boate da cidade de La Coruña, na Galícia, na última quinta (1). De acordo com testemunhas, um dos agressores gritava xingamentos homofóbicos no momento do ataque.

Segundo relato de uma amiga de Samuel, que testemunhou as agressões, ele havia saído do clube para fumar e ligar para outra amiga em uma videochamada, sendo intimidado e xingado por outro homem, que achou que estava sendo filmado. Depois da confusão inicial, o agressor voltou com um grupo maior de homens, que passaram a espancar o enfermeiro, que não resistiu aos ferimentos das agressões.

O crime aconteceu justamente na semana do Orgulho LGBTQIA+ em vários locais pelo mundo.

Segundo a imprensa espanhola, o brasileiro era radicado na Espanha, onde vivia desde que tinha 1 ano.

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