Nesta segunda-feira (4), o país amanheceu com a notícia do falecimento do cantor Agnaldo Rayol, que morreu aos 86 anos após sofrer uma queda em seu apartamento em São Paulo. O risco de queda entre idosos é bastante sério e, de acordo com o Ministério da Saúde, elas são a terceira causa de morte para pessoas com mais de 65 anos no Brasil.
Ainda segundo o ministério, estima-se que 70% das quedas de idosos acontecem assim como foi com Rayol, em casa. E, de acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), os banheiros são os cômodos com maior incidência de acidentes.
No dia 19 de outubro, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, 78, sofreu uma queda em seu banheiro no Palácio da Alvorada. Lula bateu a cabeça, teve um ferimento - que necessitou de alguns pontos - e uma hemorragia intracraniana. Apesar do susto, Lula conseguiu se recuperar bem e continuou com seus compromissos de trabalho.
Contudo, a Dra. Alessandra Tieppo, geriatra e diretora da SBGG explica quais são os maiores fatores que podem contribuir com a queda de pessoas idosas.
“Pisos escorregadios, tapetes, calçadas inadequadas, ambiente mal iluminados, pets ainda filhotes que podem enroscar no pé do idoso, ausência de corrimão, roupas muito compridas e móveis muito altos são alguns dos itens que podem levar o idoso a cair". Além disso, com a idade, vem a diminuição do equilíbrio, da visão e da audição, o que também contribui no aumento das quedas, afirma a especialista.
Segundo Tieppo, o sedentarismo, o uso excessivo de álcool e medicações que não são prescritas, e até a negação da fragilidade em decorrência do envelhecimento, auxiliam no aumento dos acidentes domésticos.
Por isso, ela dá algumas orientações que podem ser praticadas pelos idosos, seus cuidadores ou familiares. "É importante observar a iluminação da casa, se há objetos soltos no chão e analisar se tem a necessidade de se colocar corrimãos dentro da casa. Também é interessante colocar barras de apoio para evitar que algo mais grave aconteça."
Como forma de prevenção, a geriatra indica principalmente atividades físicas, pois controlam doenças crônicas, melhoram as articulações e desenvolvem os músculos. "Isso ajuda a melhorar a resposta de ação em risco de queda", explica.