Motoristas e cobradores entram em acordo com patrões e encerram greve em SP

Greve dos motoristas e cobradores de São Paulo iniciou à meia-noite desta terça-feira e causou transtornos para quem se locomovia nesta manhã

Lucas Jozino com Rádio Bandeirantes

A greve dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo chegou ao fim na tarde desta terça-feira (14). A informação foi confirmada pelo prefeito Ricardo Nunes ao apresentador José Luís Datena, que fez o relato durante o programa Melhor da Tarde.

O repórter Lucas Jozino, da Rádio Bandeirantes, apurou que o sindicato patronal aceitou a reivindicação dos motoristas e cobradores para o pagamento do aumento de 12,47% nos salários retroativos a maio.

Os ônibus devem voltar a circular nas ruas e avenidas de São Paulo ainda no fim da tarde de hoje. A decisão foi tomada após a prefeitura da capital autorizar a liberação de recursos destinados a subsídios distribuídos às empresas. Em nota, a Prefeitura afirmou que "o atendimento nas 713 linhas paralisadas está sendo retomado de forma gradativa e deverá se normalizar até o fim do dia. A SPTrans monitora o retorno da frota da cidade para minimizar os impactos na população". 

Em conversa com José Luiz Datena, no Brasil Urgente, o presidente licenciado do SindiMotoristas, Valdevan Noventa, disse que a greve pode ser retomada após cinco dias se as reinvindicações não forem atendidas.

"Foi um dia extenso para a gente. Foi uma reunião de mais de 5h para chegar nesse entendimento. Suspendemos a greve para a negociação de um prazo de cinco dias para negociar as demais causas de um acordo coletivo", disse.

Relação de empresas cuja frota está circulando gradativamente:

- Express (Zona Leste);
- Via Sudeste (Zona Sudeste);
- Gatusa (Zona Sul);

Relação de empresas com a operação paralisada em suas garagens:

- Santa Brígida (Zona Norte);
- Gato Preto (Zona Norte);
- Sambaíba (Zona Norte);
- Viação Metrópole (Zona Leste);
- Ambiental (Zona Leste);
- Campo Belo (Zona Sul);
- Viação Grajaú (Zona Sul);
- KBPX (Zona Sul);
- MobiBrasil (Zona Sul);
- Viação Metrópole (Zona Sul);
- Transppass (Zona Oeste);
- Gato Preto (Zona Oeste).

Relação das empresas operando normalmente - Grupo Local de Distribuição

- Norte Buss (Zona Norte)
- Spencer (Zona Norte)
- Transunião (Zona Leste)
- UPBUS (Zona Leste)
- Pêssego (Zona Leste)
- Allibus (Zona Leste)
- Transunião (Zona Sudeste)
- MoveBuss (Zona Leste)
- A2 Transportes (Zona Sul)
- Transwolff (Zona Sul)
- Transcap (Zona Oeste)
- Alfa Rodobus (Zona Oeste)

Descumprimento de ordens

A Band tentou entrar em contato com o Sindicato dos Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de São Paulo (Sindmotoristas), mas não obteve retorno. Mais cedo, a entidade, em nota, negou que descumpriu ordens judiciais sobre a operação de 80% da frota em horários de pico na capital. A liminar foi expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

“Embora a liminar tenha determinado a manutenção de 80% da frota, operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, até o presente momento, o setor patronal – representado pelo SPurbanuss e SPtrans – não apresentou nenhum plano de operação dos veículos”, disparou o Sindmotoristas.

Monitoramento da SPtrans

A prefeitura de São Paulo informou que o sindicato não cumpriu a ordem do TRT e que, portanto, cobrará a multa diária no valor de R$ 50 mil. A nota também destacou que SPtrans monitora a frota na cidade, bem como a movimentação dos veículos nos percursos.

“A SPTrans obteve decisão liminar na Justiça do Trabalho, no dia 31 de maio, que determinou a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A SPTrans irá solicitar à Justiça a cobrança desta multa, além de autuar as empresas pelo não cumprimento das viagens”, diz a nota da prefeitura.

Nota do Sindmotoristas

Em resposta à nota publicada pela Prefeitura de São Paulo, a qual afirma que a greve dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de São Paulo está desrespeitando a liminar expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o Sindmotoristas afirma que tal informação não procede com a verdade.

Embora a liminar tenha determinado a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, até o presente momento, o setor patronal – representado pelo SPURBANUSS e SPTRANS – não apresentou nenhum plano de operação dos veículos.

O planejamento logístico e estratégico da circulação dos ônibus é de responsabilidade exclusiva das empresas e da Secretaria de Transporte e não do sindicato. Diante da omissão das empresas, a adesão da greve foi tomada espontaneamente pelos trabalhadores. É importante destacar que ainda há veículos da frota como os pertencentes ao sistema complementar, operando pela cidade e atendendo a população.

A greve tem mostrado a importância da categoria para o funcionamento da maior cidade do país. Os trabalhadores em transportes esperam que as empresas e o Poder Público reconheçam sua essencialidade e atendam às reivindicações pleiteadas na Campanha Salarial.

Nota SPTrans

A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, lamenta a paralisação de linhas de ônibus municipais e espera que trabalhadores e empresários cheguem em breve a um acordo para que a população de São Paulo não seja ainda mais penalizada.

A SPTrans obteve decisão liminar na Justiça do Trabalho, no dia 31 de maio, que determinou a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A SPTrans irá solicitar à Justiça a cobrança desta multa, além de autuar as empresas pelo não cumprimento das viagens.

A SPTrans está monitorando a frota da cidade e a movimentação dos veículos no início desta terça-feira, 14 de junho. Doze linhas de ônibus que iam até o Terminal Campo Limpo foram estendidas até a Estação Vila Sônia.

Durante a madrugada, 46 linhas do Noturno, de 150, operaram normalmente.

A partir das 4h, a operação em todas as garagens dos grupos estrutural e de articulação regional foi interrompida. O Grupo Local de Distribuição não foi afetado.

O Terminal Grajaú, na Zona Sul da cidade, foi fechado entre 4h e 4h50 após manifestantes utilizarem dois ônibus para interromper o fluxo de veículos.

No Terminal Campo Limpo, 12 linhas estão sendo estendidas até a Vila Sônia, onde os passageiros podem realizar a integração com o Metrô. As linhas que vão até o Terminal Vila Nova Cachoeirinha estão levando os passageiros até o Metrô Barra Funda.

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