O movimento nos shoppings registrou queda mensal de 161 milhões de visitantes em 2020. Por mês, 502 milhões de pessoas circulavam nos centros de compra em 2019. Esse número caiu para 341 milhões. As informações são do repórter Lucas Herrero, da Rádio Bandeirantes no Bora SP.
Além desse dado 32% menor comparado ao ano anterior, o tempo de permanência dos consumidores dentro dos estabelecimentos despencou: passou de 1h30 em 2019 para uma média de 20 a 30 minutos ao longo do ano passado.
Impacto
Tal comportamento afeta diretamente as vendas e segundo o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, os consumidores estão voltando aos poucos, mas o retorno completo depende da imunização das pessoas.
“A gente acredita que o tempo de permanência está ligado diretamente à vacina. A volta da cultura das pessoas voltarem a curtir as áreas de lazer, entretenimento e cinema. Na verdade, temos toda uma ligação entre saúde e economia. Na medida que aumenta o número de vacinados vai aumentar o número de frequentadores e o ganho da confiança e a perda do medo”, explicou Sahyoun.
Outro fator que influencia nessa diminuição - é a incerteza quanto às medidas de restrição, com mudanças periódicas do horário de funcionamento - uma das principais reclamações do setor.
Reflexos
O lojista Cleber Almeida, que trabalha há 17 anos em um shopping de Guarulhos, na Grande São Paulo, conta que ficou mais difícil vender vários itens para a mesma pessoa, já que os consumidores vão com uma ideia em mente e já saem.
“Eles estão evitando muito a aglomeração. Se só tem um ou dois clientes na loja eu percebo que ficam mais tempo dentro da loja comprando e escolhendo as peças. Elas querem realmente fazer as compras o mais rápido possível. Fica mais difícil vender mais peças para a mesma cliente, porque ela fica menos tempo”, contou Almeida.
Até o momento, 17 mil das 110 mil lojas de shopping em todo o Brasil fecharam, desempregando mais de 130 mil pessoas.
De acordo com a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, a recuperação do setor deve se estender por um ano e meio até voltar ao patamar pré-pandemia.
