Nasa divulga foto impressionante de uma nebulosa captada pelo telescópio Webb

Entre as imagens capturadas pelo super telescópio espacial estão um grupo de galáxias, nebulosas e um exoplaneta

Da redação

A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) apresentou nesta terça-feira (12) novas imagens obtidas pelo Telescópio Espacial James Webb. De acordo com o órgão, tais imagens revelam “visões sem precedentes”, ricas em detalhes do Universo. Entre os objetos observados estão um grupo de galáxias, nebulosas e um exoplaneta

“A colaboração internacional nos deu o telescópio espacial mais poderoso já feito e as mais profundas visões infravermelhas do universo já vistas”, escreveu a Nasa.

Nessa segunda-feira (11), a primeira imagem, do aglomerado de galáxias conhecido como SMACS 0723, localizado há 4,6 bilhões de anos luz, foi divulgada em evento na Casa Branca que contou com a participação do presidente norte-americano Joe Biden.

Uma das imagens mostra paisagem de “montanhas” e “vales” salpicados de estrelas brilhantes. A Nasa explixa que a imagem é na verdade a borda de uma região jovem e próxima de formação de estrelas chamada NGC 3324 na Nebulosa Carina. Capturada em luz infravermelha pelo novo Telescópio Espacial James Webb, esta imagem revela pela primeira vez áreas previamente invisíveis de nascimento de estrelas.

A radiação ultravioleta escaldante das estrelas jovens está esculpindo a parede da nebulosa erodindo-a lentamente. Pilares dramáticos se elevam acima da parede brilhante de gás, resistindo a essa radiação. O “vapor” que parece subir das “montanhas” celestes é, na verdade, gás ionizado quente e poeira quente saindo da nebulosa devido à radiação implacável.

O telescópio revela berçários estelares emergentes e estrelas individuais que estão completamente escondidas em imagens de luz visível. Por causa da sensibilidade do Webb à luz infravermelha, ele pode espiar através da poeira cósmica para ver esses objetos. 

Conheça os primeiros corpos celestes observados pelo James Webb, descritos pela própria Nasa:

- Nebulosa Carina: uma das maiores e mais brilhantes nebulosas do céu, localizada a aproximadamente 7,6 mil anos-luz de distância na constelação sul de Carina. As nebulosas são berçários estelares onde as estrelas se formam. A Nebulosa Carina é o lar de muitas estrelas massivas, várias vezes maiores que o Sol.

- WASP-96 b: planeta gigante fora do nosso sistema solar, composto principalmente de gás. Localizado a cerca de 1.150 anos-luz da Terra, orbita sua estrela a cada 3,4 dias. Tem cerca de metade da massa de Júpiter e sua descoberta foi anunciada em 2014.

- Nebulosa do Anel Sul: também conhecida como nebulosa “Eight-Burst”, é uma nebulosa planetária – uma nuvem de gás em expansão, envolvendo uma estrela moribunda. Tem quase meio ano-luz de diâmetro e está localizada a aproximadamente 2 mil anos-luz de distância da Terra.

- Quinteto de Stephan: localizado a cerca de 290 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação de Pégaso. Foi o primeiro grupo compacto de galáxias descoberto, em 1877. Quatro das cinco galáxias dentro do quinteto estão presas em uma dança cósmica de repetidos encontros imediatos.

- SMACS 0723: aglomerados maciços de galáxias, em primeiro plano, que ampliam e distorcem a luz dos objetos atrás deles, permitindo uma visão de campo profundo em populações de galáxias extremamente distantes e intrinsecamente fracas.

James Webb

A Nasa explica que, para realizar os estudos pretendidos, com “sensibilidade sem precedentes”, o observatório deverá ser mantido frio, livre das grandes fontes de interferência de infravermelho causadas por corpos celestes como o Sol, a Terra e a Lua.

Para bloquear as fontes de irradiação de infravermelho, o James Webb terá, consigo, um “grande escudo solar dobrável metalizado”, a ser aberto no espaço. Seu espelho tem cerca de 6,5 metros de diâmetro.

Para fazer a observação das áreas mais distantes, o telescópio terá ainda, em seus módulos, equipamentos sensíveis à radiação infravermelha: câmera, espectrógrafo e outros instrumentos para analisar o infravermelho emitido pelas fontes miradas por ele. Terá também um módulo responsável pelo transporte de dados coletados, além do telescópio ótico.

O nome escolhido para o novo telescópio espacial é uma homenagem a um antigo administrador da Nasa, James Edwin Webb. Ele liderou o programa Apollo, além de uma série de outras importantes missões espaciais.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Carregar mais