Nísia Trindade diz ter sido alvo, como ministra, de 'campanha sistemática e misógina'

Ex-chefe da pasta da Saúde foi substituída por Alexandre Padilha, que estava no Ministério de Relações Institucionais

Por Estadão Conteúdo

Nísia Trindade diz ter sido alvo, como ministra, de 'campanha sistemática e misógina'
Ex-ministra da Saúde, Nísia Trindade
Antônio Cruz/Agência Brasil

Ao deixar ontem o cargo de ministra da Saúde, Nísia Trindade aproveitou a cerimônia de posse do seu sucessor, Alexandre Padilha, para exaltar o legado de sua gestão e fazer uma demonstração pública de insatisfação. No seu discurso de despedida, ela disse que foi alvo de ataques misóginos enquanto ocupou a pasta.

"Não posso esquecer que, durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade. Não é possível e acho que não devemos aceitar como natural comportamento político desta natureza", disse Nísia.

"Podemos e devemos construir uma nova política, baseada efetivamente no respeito, e destaco o respeito a nós, mulheres, e no diálogo em torno de propostas para melhorar a vida de nossa população", complementou ela, que em seguida desejou sucesso a Padilha e a todo o governo.

'Reconstruir'

Socióloga e sanitarista, Nísia afirmou ainda que assumiu uma "tarefa de reconstrução" do SUS após o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela destacou a recuperação da cobertura vacinal e a ampliação de programas como o Mais Médicos e o Farmácia Popular, além do restabelecimento do piso constitucional da Saúde com a emenda da transição.

Dengue

Já o novo ministro da Saúde destacou em seu discurso de posse o combate à dengue, que, segundo ele, deve ser feito a partir de um trabalho conjunto entre o governo federal, os Estados e os municípios.

Padilha defendeu que o enfrentamento à covid-19 sirva de aprendizado para estabelecer uma política contra a dengue. "A pandemia de covid-19, a um custo muito alto, nos apontou caminhos para enfrentar possíveis surtos e endemias", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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