O número de mortes ocasionadas pela Covid-19 no interior do Rio de Janeiro já representa 33,8% de todos os óbitos da pandemia no estado entre os meses de março e abril. O índice leva em consideração dados disponibilizados até o dia 10 de abril pela Secretaria de Estado de Saúde. As informações são do Gustavo Sleman, da BandNews FM.
Segundo o painel, durante esse período 73 municípios que não fazem parte das chamadas Regiões Metropolitana I e II regitraram até o momento 1.439 mortes, enquanto que o total nas 92 cidades flumineses é de 4.257.
O levantamento mostra que o índice superou o observado durante os primeiros meses da pandemia. Até o fim de junho de 2020, o interior teve 1.365 óbitos confirmados, o que representou 9,6% de todas as vidas perdidas no território fluminense.
Dentro do Planejamento Regional Integrado, o Rio de Janeiro é dividido em nove regiões, sendo que as Metropolitanas I e II abrangem a capital e outros 18 municípios como Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu. Já as regiões da Baía da Ilha Grande, Médio Paraíba, Centro Sul, Serrana, Norte, Noroeste e Baixada Litorânea englobam o chamado interior do estado.
De acordo com o Painel Coronavírus Covid-19 do governo estadual, nem mesmo pelo polos regionais, que geralmente recebem pacientes de municípios vizinhos menores, estão dando conta. No Norte, por exemplo, Campos dos Goytacazes já tem 92% dos leitos de UTI ocupados.
Em Nova Friburgo, na Serra, a situação é mais grave: não há mais vagas disponíveis, como alerta a defensora pública.
Na Região dos Lagos, a oferta de vagas também é muito baixa. Apesar de na última semana a Defensoria Pública ter obtido na Justiça uma liminar que obrigava a abertura de leitos no Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama, ainda não houve ação por parte do governo do Rio de Janeiro.
Para a defensora Raphaela Jahara, essa seria uma forma de amenizar a situação na região, que chega a ter uma média 90 a 100 pessoas por dia na fila de espera.
Segundo a atualização mais recente do mapa de risco, as regiões Serrana e Metropolitana I estão na bandeira roxa, o que representa risco muito alto. As demais estão na cor vermelha.