Presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) falou nesta sexta-feira, 15, no programa Brasil Urgente sobre a entrevista do presidente Jair Bolsonaro, que disse estar de mãos atadas devido a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação as medidas de combate contra a Covid-19.
“No início, as previsões do governo federal eram que teríamos apenas 1 mil mortes, como no caso da gripe H1N1. Esse erro original levou a situação que chegamos hoje, apesar do esforço de todos”, disse Maia a José Luiz Datena. “O presidente fala que o Supremo tirou a atribuição dele, mas não tirou de forma nenhuma. O governo federal é coordenador do Sistema Único de Saúde”, completou.
Rodrigo Maia criticou pessoas do grupo político de Jair Bolsonaro (sem partido), que continuam a minimizar a pandemia e as políticas sanitárias indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Tem vídeos de pessoas ligadas ao governo tirando a máscara [enquanto] o vírus tem levado mais pessoas a UTI e a mais mortes”, lamentou.
“Veja a desorganização do Sistema Único de Saúde (SUS) em Manaus, que é coordenado pelo governo federal, estados e municípios. Falta ao Brasil um projeto de Brasil. A gente sabia que a segunda onda estava voltando. Não tem sentindo um país como o nosso ser pego de surpresa. O governo não tem projeto, não tem planejamento”, afirmou.
O deputado federal também rebateu as críticas de que ele esteja mais preocupado com a eleição da presidência da Câmara e que o governador João Doria (PSDB) esteja pensando em 2022. “Ninguém está disputando eleições. O número de mortes está aumentando no Brasil. O que queremos são soluções. Por isso quero retomar os trabalhos para que o parlamento possa convocar a Anvisa, o Ministro da Saúde”, disse Maia.
O presidente da Câmara também minimizou a fala de Doria, que chamou Bolsonaro de facínora. “Eu não vi a entrevista, mas entendo a indignação do governador com o caos em Manaus, que também é responsabilidade do governo federal”, disse. Maia relembrou ainda que ele já criticado em rede nacional pelo presidente da República.
Por fim, o atual presidente da Câmara ressaltou o papel do Legislativo no enfrentamento da pandemia e da crise causada pelo coronavírus. “Parte do entorno do presidente não acredita na vacina. As melhores soluções de enfrentamento foram construídas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal”, finalizou.
