Obras de recapeamento de R$ 1 bilhão completam dois meses em São Paulo

Maior projeto de recuperação asfáltica da cidade revitalizou 11 vias até agora

Olhar de Repórter

O programa Olhar de Repórter deste sábado (27) faz um balanço dos dois meses do programa de recapeamento da Prefeitura de São Paulo que deve custar aproximadamente R$ 1 bilhão, o maior valor da história para recuperação asfáltica da cidade.

Os dois trechos da Avenida Conselheiro Carrão, que vão do Viaduto Antônio Abdo até a Praça Quinze de Outubro, na Zona Leste, são os mais recentes do projeto de recapeamento. Lá, as obras começaram na última quinta-feira (25) e, segundo a Prefeitura, devem terminar em dezembro.

Antes desses locais, a primeira fase do projeto já acontecia em outros 11 trechos. Um deles é o da Marginal Pinheiros, entre as pontes do Morumbi e Edson de Godoy Bueno.

A nove quilômetros de distância, um trecho da Avenida Eliseu de Almeida, entre as avenidas Pirajussara e Caxingui, também já foi recapeado.

De acordo com a Prefeitura, os trechos onde há problemas como desnível de asfalto ainda estão em obras. Já sobre a adequação das tampas de galerias, o processo de licitação ainda está em andamento.  

Ao todo serão recapeados 5,8 milhões m² em uma cidade que possui 196 milhões m² de vias. Para definir os locais que serão recuperados, os técnicos levam em consideração o volume de tráfego diário, as condições do pavimento e a quantidade de ônibus que roda por ali.

Segundo a prefeitura, entre os endereços incluídos na primeira etapa estão a Avenida Jacu Pêssego, na Zona Leste; Avenida Itaberaba, na Zona Norte, e Avenida Whashington Luís, na Zona Sul.  Só as onze primeiras vias totalizam 45 quilômetros e o custo para recapeá-las é de R$ 176 milhões.

Na segunda fase do projeto estão mais onze vias que somam 20 quilômetros de extensão. O custo será de R$ 68 milhões.

A reportagem da  Band pediu à prefeitura o cronograma de entrega das obras. Mas sobre isso, não houve resposta.

Lei Cidade Limpa

Em janeiro de 2007 São Paulo iniciava uma revolução urbanística sem precedentes. Tótens e as grandes estruturas que sustentavam outdoors começavam a ser desmontados em todos os cantos da cidade.

O “antes e depois” de endereços como a Rua da Consolação e avenidas como a Brasil, Prestes Maia, Vinte e Três de Maio, Indianópolis e Domingos de Moraes (Vila Mariana) mostram a nítida diferença no visual da cidade depois que a lei cidade limpa entrou em vigor*

Prestes a completar 16 anos a Lei Cidade Limpa passou por poucas alterações desde que foi sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab em 2006.

A primeira alteração aconteceu em 2007 – passou a ser permitida a publicidade no chamado mobiliário urbano, como os relógios de rua e os pontos de ônibus. Três anos depois, em 2010, a segunda flexibilização foi quando foi autorizada a publicidade nas telas de proteção durante obras em prédios tombados pelo patrimônio histórico. F oi uma maneira de ajudar no financiamento dessas obras de restauro. Mas essa medida não empolgou ninguém.

Na França a propaganda é permitida em prédios públicos, como na Òpera de Paris. Cidades como Barcelona e Berlim têm regras mais rígidas, parecidas com as de São Paulo.

Gente de São Paulo

O quadro Gente de São Paulo conta a história de Alessandra Bizzarre Monteiro, agente de trânsito.

Logo cedo ela bota a bicicleta para rodar. São 18 quilômetros até o trabalho, onde ela entra como Alessandra e sai como agente de trânsito Alessandra Monteiro, uniformizada.  

“Quem me informou foi meu pai. Ele me indicou a abertura de concurso da CET, eu prestei, passei na prova de agente de trânsito e foi amor à primeira vista”, conta.

É de bicicleta que ela fiscaliza as ruas do Centro de São Paulo e chega a pedalar até 60 quilômetros por dia. Já são quatorze anos de profissão. Tempo suficiente para colecionar histórias, como a da mulher que ficou paralisada em estado de choque dentro do carro depois de um acidente com um motociclista.

Mas a história mais inusitada de todas aconteceu há 12 anos, quando Alessandra ainda era solteira, que foi no cruzamento da (Consolação com Caio Prado) e rolou um pedido de casamento. “Inusitada. Eu ficava operacionalizando o cruzamento e ficava sempre nesse cruzamento durante a semana. Eu vi que uma pessoa se aproximou de mim, ‘oi boa noite, tudo bem’. Naquele tempo eu trabalhava à noite. Eu disse ‘boa noite como vai?’ ‘Desculpa te incomodar, mas todo dia eu te vejo trabalhando nesse cruzamento, e eu fiquei encantado’”

“E ele disse: posso te fazer um pedido? É claro! Por que não? Você quer casar comigo? E foi lá e abriu uma aliança! Aí eu fiquei em choque e pensei que fosse uma piadinha, falei cadê a pegadinha, cadê a câmera? Ele disse ‘não, moça’ é sério’”, lembra.

O pedido foi negado. Na época, ela já tinha um caso de amor com a cidade de São Paulo, que continua até hoje. “Essa cidade pra mim representa tudo. Eu amo essa cidade e eu amo a maneira que ela é democrática. As pessoas que compõem essa cidade”, destaca.

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