Olhar de Repórter

Prefeitura de SP lança edital de parceria para revitalizar o Parque Dom Pedro II

Novo terminal de ônibus será construído no local. Viadutos serão demolidos e parque será ampliado

Da redação

Prefeitura quer revitalizar o Parque Dom Pedro II Reprodução/Band TV
Prefeitura quer revitalizar o Parque Dom Pedro II
Reprodução/Band TV

Desde a gestão de Luiza Erundina, no final dos anos 80, que a Prefeitura de São Paulo fala em revitalizar o Parque Dom Pedro II, na região central. Obras como a demolição dos viadutos chegaram a ser licitadas, mas nunca saíram do papel. A ideia agora é viabilizar o projeto por meio de uma parceria público privada, cujo edital foi lançado essa semana pela Prefeitura, mas que o Olhar de Repórter adiantou em primeira mão no início de março.

Do alto do Edifício Guarany, projetado pelo arquiteto Rino Levi há quase um século, a vista do Parque Dom Pedro II esconde os problemas de décadas de abandono e de projetos que nunca saíram do papel. Para tentar revitalizar a região, a solução encontrada foi incluir o terminal de ônibus e todo seu entorno numa parceria público privada.

Com a concessão do bloco leste dos terminais de ônibus da cidade à iniciativa privada a Prefeitura vai economizar mais de R$ 1 bilhão. Esse valor será investido na requalificação do Parque Dom Pedro II. Só a construção do novo terminal de ônibus vai custar R$ 678 milhões. As obras serão divididas em três fases e a primeira, que deve começar ainda esse ano segundo a Prefeitura, terá foco na zeladoria, segurança e limpeza da região.

Assista abaixo ao programa Olhar de Repórter deste sábado (30)


Como o Olhar de Repórter mostrou em março, o projeto da Prefeitura é ambicioso. O novo terminal terá acesso direto ao futuro BRT da Radial Leste e ao Expresso Tiradentes, além de lojas e restaurantes numa área de 7 mil m². Os viadutos Nakashima e 25 de Março serão demolidos e darão lugar a nova Ponte do Carmo, que vai direcionar o fluxo de veículos para a zona leste.

Estão previstas melhorias nos caminhos internos do parque, quase três vezes mais áreas verdes, espelhos d’água, espaço para eventos com capacidade para até 40 mil pessoas, além da construção de três novas praças e revitalização das praças Ragueb Chofi e Fernando Costa.

O urbanista Valter Caldana afirma que o projeto é necessário e bem vindo, principalmente pela demolição dos viadutos, responsáveis segundo ele, por boa parte da degradação do parque

“Essa concessão de 30 anos está focada no terminal. Espera-se que todas as ações acessórias aconteçam, mas o fato é que o foco é no terminal e não nas ações do entorno, tanto é que a concessão é do terminal e não para um projeto de exploração do Parque Dom Pedro II como um todo.  

Maira Madrid, diretora de projetos da SP Parcerias, é a responsável pelo projeto da prefeitura. Segundo ela, o plano atual é uma evolução do que foi elaborado em 2011 na gestão de Gilberto Kassab. Maíra lembra que a sociedade civil pode fazer contribuições por meio da consulta pública que fica aberta até o próximo dia 24 de agosto. Ela está otimista e acredita que desta vez a revitalização do Parque Dom Pedro II, que está em discussão há mais de 30 anos vai finalmente sair do papel

 “A gente está otimista por conta da forte coordenação entre as secretarias envolvidas e também pela atuação em conjunto com o setor privado.” 

Concessão dos cemitérios

Os cemitérios municipais serão concedidos à iniciativa privada por 25 anos e a estimativa é de que isso gere uma receita de R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.  

Agora, os documentos dos quatro consórcios contemplados serão analisados para verificar se estão de acordo com as regras do edital. 

Os vencedores serão responsáveis pela gestão, operação, exploração e revitalização dos 22 cemitérios e um crematório. Eles também terão que construir outros três crematórios na cidade. 

A Prefeitura de São Paulo informou que todas as gratuidades garantidas por lei nos sepultamentos e cremações vão permanecer. Disse ainda que houve redução de 25% no valor do funeral social, que passou de R$ 755 para R$ 566. 

É valido destacar que a prefeitura tentava conceder os cemitérios à iniciativa privada há muito tempo. Historicamente, esse sempre foi um serviço que gerou muita reclamação pela má qualidade. Houve muitas idas e vindas na justiça.

 No começo deste mês, o Ministério Público abriu um inquérito para apurar as denúncias de abandono, roubos, furtos e depredações nos cemitérios da cidade. 

Óculos especiais

A Prefeitura de São Paulo se prepara para adquirir mais óculos que ajudam os deficientes visuais a ler. O equipamento importado de Israel escaneia a página e transforma o que está escrito em áudio. 

Cada peça custa R$ 14,9 mil. A cidade de São Paulo possui 57 aparelhos distribuídos em 56 bibliotecas municipais. Mas segundo a coordenadora geral do sistema municipal de bibliotecas, o município pretende adquirir novas peças. A ideia é que cada unidade tenha, pelo menos, cinco óculos. 

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