A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou nesta sexta-feira (04/19) a aprovação para uso emergencial do primeiro teste para diagnosticar a mpox.
A aprovação, segundo nota divulgada pela OMS, "será fundamental para expandir a capacidade de diagnóstico em países que enfrentam surtos de mpox, onde a necessidade de testagem rápida e precisa aumentou acentuadamente".
A entidade afirma que, se mais pessoas forem testadas, mais rapidamente as medidas para conter a disseminação do vírus poderão ser aplicadas.
Em todo o continente africano, mais de 800 pessoas morreram de mpox, com mais de 30.000 casos confirmados.
Segundo o centro de controle de doenças da União Africana de Nações, o vírus da mpox foi detectado em 16 nações do continente. O surto foi mais prejudicial em países como a República Democrática do Congo (RDC).
Como funciona o teste
Após a aprovação da OMS, as agências da ONU comprarão os testes da farmacêutica americana que o desenvolveu, a Abbott Molecular, para que seja redistribuído aos países e regiões afetadas. O teste permitirá aos profissionais de saúde detectar a doença com maior rapidez e facilidade.
Chamado de exame Alinity m MPXV, o teste permite a detecção da mpox a partir de cotonetes passados em feridas humanas. "Ao detectar o DNA de amostras de erupções cutâneas vesiculares ou pustulosas, os profissionais poderão confirmar as suspeitas de mpox de maneira eficaz e eficiente", diz a nota da OMS.
A Abbott Molecular descreve o teste como "um analisador molecular contínuo e de acesso aleatório com tempo entre testagem e resultado inicial de menos de 115 minutos".
O diretor-geral assistente da OMS, Yukiko Nakatani, disse que "aumentar o acesso a produtos médicos de qualidade assegurada é essencial nos esforços para conter a disseminação do vírus e proteger a população, especialmente nas regiões menos privilegiadas".
Brasil tem mais de 1.200 casos
O lançamento do teste ocorre enquanto a doença continua a se espalhar pelo continente africano. Gana, na África Ocidental, se tornou o último país a confirmar a presença do vírus em seu território nesta quinta-feira.
Já no Brasil, de janeiro até o fim de setembro de 2024, o país registrou 1.230 casos confirmados ou prováveis de mpox. O número supera o total de casos notificados ao longo de todo o ano passado, quando foram contabilizados 853.
A mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é causada por um vírus transmitido para os humanos através de animais infectados e pode ser mortal.
O vírus da mpox também pode ser transmitido de pessoa para pessoa através do contato físico. Os sintomas incluem febre, dores musculares e lesões na pele semelhante a bolhas.
rc (AFP, DPA)