A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou nesta quarta-feira (09/08) uma nova cepa da covid-19 como uma "variante de interesse".
A variante EG.5 tem se espalhado rapidamente nos Estados Unidos, onde já representa mais de 17% dos casos. Ela também foi detectada na China, na Coreia do Sul, no Japão e no Canadá.
O que se sabe sobre a variante EG.5?
A OMS afirmou que, até o momento, a nova variante não parece representar um risco adicional à saúde pública em comparação com outras cepas da covid-19.
"As evidências disponíveis não sugerem que a EG.5 apresente riscos adicionais à saúde pública em relação às outras linhagens descendentes da ômicron atualmente em circulação", informou a organização.
Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para a covid-19, afirmou que, embora a EG.5 tenha uma maior transmissibilidade, as infecções não foram mais graves do que outras variantes da ômicron.
"Não detectamos uma mudança na gravidade da EG.5 em comparação com outras sub-linhagens da ômicron que estão em circulação desde o final de 2021", disse.
Além da EG.5, há outras duas variantes sob acompanhamento mais rigoroso da OMS: a XBB.1.5, que está disseminada na Europa e nas Américas, e a XBB.1.16, mais comum na Ásia.
Mandy Cohen, diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, disse que as vacinas atualizadas a serem oferecidas em meados ou no final de setembro no território americano fornecerão proteção contra a variante.
"No momento, o que estamos vendo com as mudanças nos vírus é que eles ainda são suscetíveis à nossa vacina, ainda são suscetíveis aos nossos medicamentos e ainda são detectados pelos testes", disse Cohen.
A chefe do CDC disse que as mutações no vírus são "pequenas mudanças" e "subtipos do que já vimos antes". "É provável que vejamos isso como uma recomendação de vacina anual contra a covid, assim como temos uma vacina anual contra a gripe."
Países não vêm informando dados, diz a OMS
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira que muitos países não vêm informando à organização dados sobre o coronavírus.
Ele afirmou que, em julho, apenas um quarto de todos os países informaram o número de mortos pela doença, e apenas 11% relataram dados sobre casos graves.
A OMS emitiu um conjunto de recomendações para a comunicação de dados sobre o vírus, e pediu aos países que continuem oferecendo vacinação.
"Há cerca de um ano, estávamos em uma situação muito melhor para nos anteciparmos, agirmos ou sermos mais ágeis", disse Van Kerkhove. "Agora a lentidão em nossa capacidade para fazer isso está aumentando. E nossa capacidade de fazer isso está diminuindo."
bl (Reuters, dpa)