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ONU alertava Brasil sobre violência no Vale do Javari há 5 anos

Caso vem à tona após desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo na região localizada no Amazonas

Por Jamil Chade

A Organização das Nações Unidas (ONU), há cinco anos, já alertava sobre a violência no Vale do Javari, região do Amazonas onde desapareceram o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira. A informação é do colunista internacional Jamil Chade, da BandNews TV.

O jornalista teve acesso a documentos que mostravam que o alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos via o Vale do Javari com preocupação e que alertas foram feitos aos órgãos brasileiros. Havia a cobrança de maior atenção à segurança da população local, sobretudo a dos indígenas que vivem isolados.

Segundo a ONU, existiam indícios muito claros de que a violência tomava conta da região e que era necessária uma maior ação do governo do ex-presidente Michel Temer atuar para estabelecer um monitoramento no Vale do Javari. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos fez o mesmo apelo.

Segundo fontes ouvidas por Chade, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) não realizou medidas concretas a partir das solicitações internacionais. Em 2020, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos voltou a alertar sobre a situação na mesma região. Inclusive, houve indicações de invasões a terras indígenas e reservas que deveriam ser protegidas.

O desaparecimento

As buscas por Dom Phillips e Bruno Araújo entram nesta quinta-feira (9) no quinto dia. O governo federal mobilizou a Marinha, Exército e Força Nacional, enquanto o Amazonas mobilizou as forças de segurança locais. 

O servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai) e o colaborador do Jornal The Guardian desapareceram no Vale do Javari no dia 05 de junho, segundo nota divulgada pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

Vídeo: desaparecimento repercute no mundo

Bruno é indigenista especializado em povos indígenas isolados e conhecedor da região, onde foi coordenador regional por cinco anos. Já Dom Phillips é veterano de cobertura internacional e mora no Brasil há mais de 15 anos.

Segundo lideranças indígenas, o jornalista e o ativista estariam recebendo ameaças de garimpeiros que atuam de forma ilegal na região. Até o momento, cinco pessoas foram ouvidas nas investigações. Apenas um suspeito foi detido na última quarta (8).

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