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Operação da PF mira golpistas que prometiam lucros na bolsa de valores

São apurados crimes contra o sistema financeiro, mercado de capitais e de pirâmide financeira

Da Redação

Uma operação da Polícia Federal no Paraná mobiliza agentes nesta quinta-feira (28) no cumprimento de mandados contra suspeitos de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, contra o mercado de capitais e de pirâmide financeira em diversas cidades paranaenses.

De acordo com a PF, a organização operava também nos estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

A investigação aponta que golpistas se apresentavam como “Traders” para captar economias de investidores com pretexto de aplicar os recursos no mercado de valores mobiliários. A organização criminosa, segundo a PF, aceitava aplicações de a partir de R$ 1 mil. 

Segundo a PF, os criminosos prometiam retornos acima daqueles praticados no mercado (lucros de até 6,4%), embora as “mesas proprietárias” apresentassem perdas consistentes, principalmente em operações de “day trade”. Ou seja, além de não aplicar na bolsa de valores a integralidade dos recursos, o que era aplicado, normalmente resultava em prejuízo.

As operações eram feitas através de, pelo menos 22 empresas não autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a captar recursos e realizar investimentos no mercado.

Os investigados emitiram e ofereceram ao público valores mobiliários consistentes em contratos de investimento coletivo em nome de empresa de fachada, sem registro prévio de emissão junto à CVM, sem lastro ou garantia suficientes e sem autorização prévia da CVM.

“Com o passar do tempo e como é natural nesse esquema, os investigados não conseguiam mais honrar os compromissos assumidos, vez que os valores arrecadados não eram de fato investidos em operações de bolsa de valores e quando eram, não resultavam nos lucros prometidos”, diz a PF em comunicado.

“A partir disso, a líder do esquema, que residia em Umuarama/PR, passou a dissimular o objeto fictício das empresas, tendo apresentado aos clientes, ora vítimas, a alegação de que iria migrar de “operações em bolsa de valores” para criação um “banco digital” e que deste novo empreendimento conseguiria honrar os contratos de pagamentos de valores, repita-se muitos superiores ao que o mercado real costuma pagar a investidores”, aponta.

A operação mobiliza 70 policiais federais e 15 servidores da Receita Federal para o cumprimento de 17 mandados judiciais, nas cidades de Umuarama, Guaíra, Douradina, Foz do Iguaçu e Curitiba, no Paraná; e em Taboão da Serra (SP). Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal determinou o sequestro de automóveis, imóveis e criptoativos.  

As ordens foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba.

A investigação começou em 2021 a partir da identificação das primeiras filiais das empresas de “operação em bolsa de valores” em pequenas cidades da fronteira paranaense com o Paraguai, como Guaíra, Douradina e Umuarama.

A PF afirma que “chamou atenção o uso, pelos líderes do esquema, de veículos de luxo, praticamente novos, na região de fronteira, incompatíveis com a renda declarada”.

“Durante as investigações, foi apurado que a organização criminosa captou movimentou nos últimos valores que ultrapassam a cifra de 200 milhões de reais e fez milhares de vítimas nos Estados de SP, PR, RJ e SC, concentrando-se na região oeste paranaense e em Curitiba, na capital”, diz a PF.

Os envolvidos devem responder por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, Contra o Mercado de Capitais, Contra a Economia Popular, Organização Criminosa e Lavagem de dinheiro.

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