A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro realizam, nesta quinta-feira (20), uma operação contra o ex-prefeito de Saquarema, Antônio Peres Silva, e o ex-presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e atual presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), Ary Graça Filho, investigados por fraudes tributárias, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
O irmão do ex-prefeito foi preso em flagrante na ação, por porte ilegal de arma de fogo. Antônio Cesar Alves era o contador e fazia análises contábeis no esquema. Os agentes estão nas ruas para cumprir 20 mandados de busca e apreensão. As informações são de Ryan Lobo, da BandNews FM Rio.
A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 52 milhões dos envolvidos.
Os mandados da Operaçao Desmico também investigam as sedes da CBV, na Barra da Tijuca e em Saquarema. Os agentes buscam por celulares, computadores, joias, dinheiro em espécie e documentos.
Segundo as investigações, as empresas de Fábio André Dias Azevedo, ex-superintendente da CBV e atual presidente da Federação Internacional de Voleibol, e de Marcos Pina, ex-superintendente da CBV, recebiam valores da Confederação para prestação de serviços que nunca foram realizados.
O Ministério do Trabalho e Emprego encontrou em dois pequenos escritórios que funcionavam de forma fictícia na cidade da Região dos Lagos, mais de mil empresas que se favoreciam de benefícios fiscais concedidos pelo então prefeito, Antônio Peres Alves, e marido da atual prefeita, Manoela Peres.
À época, o então prefeito Antônio Peres Alves nomeou Sergio Ricardo Lopes de Moraes, sócio de uma das empresas do ex-prefeito, como técnico em Planejamento e Tributação do município.
Em 2016, Antônio Peres Alves foi impedido de se candidatar a prefeito pela Justiça Eleitoral. A mulher dele, Manoela Peres, foi eleita e nomeou o marido secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura. No mandato anterior de Manoela, Antônio foi secretário de Educação até ser afastado do cargo por meio de uma decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
Os investigadores apontam ainda que o ex-presidente da CBV, Ary Graça Filho, destinava os recursos de patrocínio do Banco do Brasil à empresa comandada por ele, com o objetivo de beneficiar a organização criminosa.
Relatórios de inteligência financeira produzidos pelo COAF e através de quebra de sigilo fiscal apontaram ocorrências de crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio através de diversas transações de compra e venda de imóveis por valores abaixo do valor de mercado.
Os envolvidos foram denunciados por furto qualificado pela fraude, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.