“Os Seis de Minas Gerais” levam à Turquia experiências únicas em resgates

Seis membros das forças militares que atuaram nas tragédias de Mariana e Brumadinho levam técnicas importantes para o resgate na Turquia

Por Narley Resende

“Os Seis de Minas Gerais” levam à Turquia experiências únicas em resgates
Homens que atuaram em Mariana e Brumadinho foram à Turquia
Narley Resende/Band

As dezenas de pessoas enviada pelo governo brasileiro à Turquia conta com alguns dos melhores especialistas em resgates do mundo. Eles atuarão no resgate das vítimas do terremoto de magnitude 7.8 que matou, até então, mais de 21 mil pessoas.

Entre os profissionais brasileiros, seis se destacam pelo uniforme laranja que ficou conhecido no mundo todo após as tragédias de Mariana e Brumadinho, onde aconteceram as maiores tragédias ambientais do Brasil, em Minas Gerais, em 2015 e 2019, respectivamente.

“Os Seis de Minas Gerais”, integrantes da equipe de resgate formada por 48 especialistas, já atuaram em alguns dos maiores desastres dos últimos tempos. Eles fazem parte do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad), criado em 2015, diante da maior da tragédia que matou 19 pessoas após uma barragem da empresa Samarco se romper na cidade de Mariana.

Em 2019, a barragem da Vale, em Brumadinho, também se rompeu e matou 270 pessoas. A 267ª vítima foi identificada somente quatro anos depois.

Apesar da dimensão do trauma nacional, Brumadinho teve atenção e recursos, na avaliação de um dos integrantes dos “Seis de Minas Gerais”, e isso fez com que as técnicas de resgate fossem aprimoradas.

O segundo-sargento Leonardo Costa Pereira destaca, no entanto, que alguns dos eventos mais severos em que já atuou não tiveram acompanhamento do público: “Os mais difíceis, às vezes, são os mais isolados”, ressaltou em entrevista à Band.

Leonardo também integrou uma equipe no Haiti e Moçambique, após grandes ciclones causarem estragos nos países, onde a infraestrutura, de maneira geral, já é precária. Para o sargento, cada missão é única e, normalmente, não segue bem o script pré-definido antes do embarque em terras brasileiras.

“Em Moçambique, acabamos ficando 40 dias. Então não confio no que está escrito”, em referência ao tempo previsto para atuação na Turquia.

Embora a missão seja destinada a procurar sobreviventes, somente após o contato contínuo com o evento será possível descrever a atuação do resgate brasileiro em campo.

O major Heitor Mendonça, sub-comandante do Bemad, lembra-se de que a literatura registra casos de pessoas encontradas vivas após 60 dias de uma tragédia.

O esforço para chegar à Turquia tem sido intenso devido a intercorrências da viagem. Os mineiros chegaram a São Paulo às 4h30 da última quarta-feira (8). O voo da Força Aérea Brasileira (FAB) saiu na manhã de quinta-feira (9). 

E qual é a sensação na visão do “Seis de Minas Gerais” e de toda a equipe que participa da missão? De antemão, de dever cumprido.

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