O apresentador José Luiz Datena comentou na Rádio Bandeirantes as denúncias sobre corrupção na compra de vacinas e disse que o caso se aproxima de Bolsonaro.
"Até agora, o sujeito podia falar tudo do governo Jair Bolsonaro, menos que havia corrupção ali dentro. Agora já se começa a resvalar a palavra corrupção dentro do governo. Espero que isso não seja verdade, espero que isso seja apurado e espero que isso não bata no gabinete presidencial, não chegue ao presidente da República", afirmou ele.
Datena lembrou o histórico do líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), que é apontado como pivô do escândalo de compra de vacinas. "Quando o Bolsonaro escolheu esse cara para líder do governo, a gente dizia que esse sujeito sempre esteve metido em processos, falcatruas, negociatas e coisas parecidas (...) Teve até outro dia mandado de busca e apreensão nos seus escritórios lá em Maringá, onde é a base dele", disse.
Para o apresentador ainda não há provas de que o presidente esteja envolvido diretamente no caso, mas criticou a escolha de Barros como líder: "Se você anda de mãos dadas com o diabo, a possibilidade grande de você se queimar se torna ainda maior (...) Bolsonaro conhece o Ricardo Barros há muito tempo, há mais de 20 anos".
Além da suspeita de propina na compra de vacinas, Datena falou sobre a falta de respostas a contatos da Pfizer. "Todo o processo que se tem durante uma pandemia não é crime contra a saúde. É crime contra a humanidade o que esses caras estão fazendo. Negociar vacina, cobrar sobrepreço de vacina, não aceitar vacina pela metade do preço no momento em que foi oferecida a vacina da Pfizer", afirmou.
O apresentador pede que o caso seja apurado, mas torce pela estabilidade: "Nós tivemos dois ex-presidentes presos e dois presidentes impeachados, mais um agora seria um caos na democracia".
Datena também disse ser contra um estado assistencialista, mas ressaltou que em um momento de pandemia, o auxíliio emergencial de R$ 600 reais e criticou o ministro Paulo Guedes. "Ao invés de distribuir R$ 40 bilhões de emendas parlamentares, que se usasse esse dinheiro para dar para o povo", disse ele.