Panamá cede aos EUA, mas Canal continua ameaçado

O recuo panamenho não satisfez inteiramente o secretário de Estado Marco Rubio em sua primeira viagem pela América Latina

Por Moises Rabinovici

Panamá cede aos EUA, mas Canal continua ameaçado
Canal do Panamá
Pixabay

Uma das exigências de Donald Trump ao Panamá foi conquistada: o presidente panamenho José Raúl Mulino anunciou que vai abandonar o memorando de entendimento “A Rota da Seda” com a China, assinado em novembro de 2017.

Um dos argumentos de Trump para retomar o Canal do Panamá para os EUA era a crescente influência chinesa, refletida nos cartazes em chinês para guiar os navios do Atlântico ao Pacífico. O recuo panamenho não satisfez inteiramente o secretário de Estado Marco Rubio em sua primeira viagem pela América Latina.

O presidente Mulina concordou com Rubio em agendar uma série de reuniões técnicas entre a Autoridade do Canal do Panamá e funcionários dos EUA para “conversar” e “esclarecer todas as dúvidas”, como apurou o jornal panamenho La Estrella de Panamá.

Houve protestos nas ruas, com queima da bandeira dos EUA, enquanto os encontros de Rubio se sucediam no Palacio de Las Garzas. Ele deixou o presidente Mulina o esperando por meia hora, no domingo, enquanto participava da missa na igreja de Nuestra Señora de la Merced.

O jornal La Estrella de Panamá revelou nesta segunda-feira que Rubio se encontrou com o opositor venezuelano Edmundo Gonzáles, em um hotel de San Felipe, depois que um emissário de Trump esteve com o presidente Nicolás Maduro, em Caracas.

O presidente Mulino declarou, após encontrar-se com Rubio, que “não vê alguma ameaça, neste momento, contra o Tratado de Neutralidade (com os EUA), e muito menos para o uso de força militar para a tomada do Canal do Panamá”. 

Para o Departamento de Estado, em Washington, a visita de Rubio ao Panamá não ocorreu com tanta “cordialidade” como descrita aos panamenhos pelo presidente Mulino: 

“O secretário Rubio deixou claro que o status quo é inaceitável e que, na ausência de mudanças imediatas, os EUA tomarão as medidas necessárias para proteger seus direitos previstos no Tratado de Neutralidade”.

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