
Uma das exigências de Donald Trump ao Panamá foi conquistada: o presidente panamenho José Raúl Mulino anunciou que vai abandonar o memorando de entendimento “A Rota da Seda” com a China, assinado em novembro de 2017.
Um dos argumentos de Trump para retomar o Canal do Panamá para os EUA era a crescente influência chinesa, refletida nos cartazes em chinês para guiar os navios do Atlântico ao Pacífico. O recuo panamenho não satisfez inteiramente o secretário de Estado Marco Rubio em sua primeira viagem pela América Latina.
O presidente Mulina concordou com Rubio em agendar uma série de reuniões técnicas entre a Autoridade do Canal do Panamá e funcionários dos EUA para “conversar” e “esclarecer todas as dúvidas”, como apurou o jornal panamenho La Estrella de Panamá.
Houve protestos nas ruas, com queima da bandeira dos EUA, enquanto os encontros de Rubio se sucediam no Palacio de Las Garzas. Ele deixou o presidente Mulina o esperando por meia hora, no domingo, enquanto participava da missa na igreja de Nuestra Señora de la Merced.
O jornal La Estrella de Panamá revelou nesta segunda-feira que Rubio se encontrou com o opositor venezuelano Edmundo Gonzáles, em um hotel de San Felipe, depois que um emissário de Trump esteve com o presidente Nicolás Maduro, em Caracas.
O presidente Mulino declarou, após encontrar-se com Rubio, que “não vê alguma ameaça, neste momento, contra o Tratado de Neutralidade (com os EUA), e muito menos para o uso de força militar para a tomada do Canal do Panamá”.
Para o Departamento de Estado, em Washington, a visita de Rubio ao Panamá não ocorreu com tanta “cordialidade” como descrita aos panamenhos pelo presidente Mulino:
“O secretário Rubio deixou claro que o status quo é inaceitável e que, na ausência de mudanças imediatas, os EUA tomarão as medidas necessárias para proteger seus direitos previstos no Tratado de Neutralidade”.