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Para Mourão, acusação de Bolsonaro sobre estado de sítio por restrições é “figura retórica”

Da Redação, com BandNews TV

Para o vice-presidente Hamilton Mourão, a briga de Bolsonaro com estados que decretaram medidas mais restritivas de combate à covid-19 é apenas uma preocupação do presidente sobre uma uniformidade das medidas tomadas, além de garantir que as pessoas possamter o direito de buscar alguma atividade econômica, que seriam impedidas pelo fechamento do comércio, por exemplo. 

“É mais uma figura de retórica do que qualquer coisa. O que eu entendo e digo para você é que a preocupação do presidente é de haver uma homogeneidade no combate à pandemia e nas medidas que tem que ser tomadas para evitar aglomerações e terminam por provocar uma contaminação maior das pessoas”, afirmou o vice-presidente durante entrevista exclusiva à BandNews TV nesta sexta (assista à integra acima). 

Em sua live semanal transmitida na última quinta (18), Bolsonaro havia dito que esse tipo de decreto era “estado de sítio”, que somente ele poderia impor. Mourão alegou que o presidente acredita que tais decisões sobre restrições de mobilidade devam passar pelo Congresso. Por isso, pediu a ação no STF contra Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. 

“Ele está consultando o Judiciário no sentido de que esclareça se isso está dentro da nossa legislação, pode ser acolhido pelo nosso arcabouço ou necessita que a União realmente dê uma decisão a respeito”. 

Mourão disse ainda que não vê necessidade em adotar, de fato, um estado de sítio no Brasil para combater a pandemia. 

“Na minha opinião, nós não estamos vivendo uma situação para se chegar a esse ponto, e vamos lembrar também que requer autorização do Congresso Nacional. É muito mais uma discussão retórica, que não chega a um termo final do que algo concreto”, analisou. 

O estado de sítio é um dispositivo constitucional pelo qual o chefe de Estado, no caso, o presidente da república, suspende por um período temporário a atuação dos Poderes Legislativo (deputados e senadores) e Judiciário em meio a alguma emergência nacional.

O vice-presidente analisou que as diferenças nos discursos do presidente e governadores são reflexos da polarização presente no País.

“Lamentavelmente reflete o que a gente vive, não só no Brasil, mas no mundo como um todo essa polarização, esse tribalismo excessivo, essa falta de empatia, de grupos, uns com os outros ocorreu nessa pandemia, que foi politizada desde o primeiro minuto e aí vira aquela ‘briga de rua’”, disse. 

Ele atribui o agravamento da pandemia à baixa de casos após o primeiro pico, emendado às eleições e ao fim de ano, que trouxe uma sensação de que o pior já havia passado. Mourão diz que o governo aposta no aumento da produção de vacinas no Brasil, com o Instituto Butantan (CoronaVac) e Fiocruz (Oxford/AstraZeneca), que aumentará o volume de pessoas imunizadas.

Eleições 2022 e futuro na política

Mourão opinou sobre o desenho da disputa política após a anulação dos processos de Lula na Lava Jato por decisão monocrática do STF, que deixa o petista elegível. Para ele, o único candidato “pronto” para 2022 é Bolsonaro.

“Vamos aguardar o desdobramento dos processos a que ele responde, porque o STF, a decisão monocrática do ministro [Edson] Fachin, pode ter apagado três instâncias de condenação, mais os crimes que foram comprovados. Tanto que nenhum dos juízes titubearam em manter a condenação. Então vamos aguardar que esse processo termine”, analisou. O político vê até dois candidatos da esquerda, o centro tentando se organizar, e Bolsonaro. Por isso, não cita nomes de adversários.

Sobre seguir como vice-presidente na chapa para 2022, Mourão reconhece que Bolsonaro deve buscar um outro vice e diz esperar para saber se segue na política ou se retira da vida pública.

“Se permanecer na política, uma vez que sou um político novato ou então, já depois de praticamente mais de 50 anos dedicados ao nosso país, eu me retirar para minha casa, cuidar da minha família, passear com meus netos, ler os livros que eu ainda preciso ler e escrever alguma coisa”, finalizou, parabenizando a BandNews TV pelos seus 20 anos no ar completados nesta sexta.

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