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Paris suspeita de Moscou por ataque a memorial do Holocausto

Polícia da França investiga se pichação de monumento na capital do país pode ter ligações com a Rússia. Autoridades creem que o ato foi mais uma tentativa de desestabilização orquestrada pelo Kremlin.

Por Deutsche Welle

A polícia francesa está investigando se o ataque a tinta que alvejou semana passada o memorial do Holocausto em Paris podem ter ligações com a Rússia. Nesta quarta-feira (22/05), a mídia francesa informou, citando fontes policiais, que existe a suspeita de que o ato foi mais uma tentativa de desestabilização orquestrado por Moscou.

Cerca de 20 mãos vermelhas foram pintadas no monumento Mémorial de la Shoah, na capital francesa. Relatos publicados pela mídia disseram que análises de imagens de câmeras de vigilância do memorial e de dados de telefones celulares permitiram que os investigadores identificassem dois búlgaros como os suspeitos do crime. Eles saíram da França de ônibus para Bruxelas na manhã seguinte.

"Antissemitismo odioso"

O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou o ataque ao monumento parisiense como um ato de "antissemitismo odioso". Ele afirmou, através do X, que o vandalismo "prejudica a memória" tanto daqueles que salvaram os judeus no Holocausto quanto das vítimas.

Outras pichações relacionadas à Olimpíada, agendada para começar em julho próximo, também podem ter vínculos com a Rússia, segundo a polícia.

Pichações semelhantes foram encontradas em outros locais do distrito de Marais, no centro de Paris, historicamente um centro da vida judaica francesa.

As mãos ecoaram imagens usadas no início deste mês por estudantes que se manifestaram a favor de um cessar-fogo na campanha de Israel contra o grupo palestino Hamas em Gaza. A descoberta das pichações provocou uma nova onda de indignação contra o antissemitismo.

"Sacada pode desabar"

No final de março, a frase "Atenção, a sacada pode desabar" foi pichada em vários edifícios, referindo-se ao temor de que as sacadas parisienses a serem usadas para assistir à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos no rio Sena pudessem desabar.

A França também acusou a Rússia de estar por trás da pichação em massa de estrelas de Davi em edifícios parisienses em novembro. Fotos do incidente foram supostamente distribuídas nas redes sociais por meio de uma rede de propaganda russa. Um casal da Moldávia foi preso no caso.

O semanário francês Le Canard enchaîné também relatou interrupções na navegação por satélite GPS no Aeroporto Charles de Gaulle de Paris. Os incidentes, que não foram anunciados publicamente, são considerados semelhantes aos ataques de sabotagem russos no Mar Báltico.

md (DPA, AFP)

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