A casa de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, foi alvo de uma operação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) devido a irregularidade na criação amadora de pássaros. O órgão federal apreendeu, na última terça-feira (19), 55 aves em cativeiro sob a responsabilidade do também ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.
Em parceria com o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), recolheu as seguintes espécies: 45 bicudos, 3 canários-da-terra, 2 tiê-sangue, 4 curiós e 1 azulão. De acordo com as investigações, no âmbito da Operação Gênesis, Torres foi multado em R$ 52,5 mil por prestar informações falsas ao Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (Sispass).
Além disso, os fiscais multaram o ex-secretário em mais R$ 2 mil pela mutilação do pássaro da espécie bicudo, o que é ilegal.
Prática ilegal
De acordo com o Ibama, o então ministro no governo de Jair Bolsonaro (PL) transferiu os animais que possuía para a mãe dele. Além disso, ambos teriam ultrapassado o limite de transferência estabelecido para criadores amadoristas. Os dois informavam o mesmo endereço nos respectivos registros de criação, também compartilhado por um criadouro comercial, prática proibida pela legislação.
Em 24 de fevereiro, agentes do Ibama e do Ibram realizaram inspeção casa do ex-ministro para verificar a situação dos animais e reunir informações adicionais para a investigação. Na ocasião foi constatado que, apesar de a mãe do ex-ministro constar no Sispass como responsável pelo plantel (grupo de animais), eles eram mantidos por Torres.
A operação
O objetivo da operação é verificar se as declarações de nascimento feitas por criadores amadoristas de passeriformes são verdadeiras ou apenas um subterfúgio para obter anilhas a serem utilizadas em animais silvestres retirados ilegalmente da natureza. No Distrito Federal, 314 criadores foram diretamente impactados pela operação.
Torres preso
Torres está preso desde que voltou dos Estados Unidos, dias após os ataques do 8 de Janeiro, em Brasília, ocasião em que pessoas contrárias ao resultado das eleições presidenciais invadiram e depredaram o Supremo tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto. O ex-secretário, à época à frente da Segurança do DF, é acusado de omissão na contenção dos atos.
