Pelo menos 13 pessoas foram contaminadas pela Covid-19 em uma clínica de repouso de alto padrão em São Paulo. As informações são da Helen Braun, da BandNews FM. 

Sob anonimato, por medo de represálias, funcionários da clínica foram ouvidos pela reportagem e revelaram que os primeiros sintomas começaram a aparecer ainda no mês de fevereiro. 

As Instituições que abrigam idosos são obrigadas a notificar a Vigilância em Saúde sobre a ocorrência de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. 

Isso, no entanto, não aconteceu. Já que somente no dia 17 de março a informação foi encaminhada pela Clínica Brilho do Sol. 

Os primeiros resultados positivos saíram no dia 12; ou seja, 5 dias antes do aviso. A informação foi confirmada pela própria clínica. 

A BandNews FM ainda teve acesso ao exame positivo de um dos idosos feito no dia 08 de março. 

Mesmo com todas essas informações, a página da casa de repouso na internet ainda anunciava que era "uma das únicas do Estado que não possui pacientes com Covid-19". 

Em um grupo de WhatsApp que reúne funcionários da clínica, a direção pede "descrição em relação aos familiares" e acrescenta "vocês não estão autorizados a passar nenhum tipo de informação". 

Nesse período, três idosos morreram, mas, a instituição informou a Secretaria Municipal de Saúde que as causas eram outras, sem ligação com o coronavírus. 

Mais denúncias

Idosos que vivem em instituições de longa permanência e funcionários fizeram parte da primeira etapa de vacinação contra a Covid-19.   

A clínica tentou falsificar certificados para que pessoas que não atuavam no local pudessem ser vacinadas. 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde confirma que quando foi aplicar as vacinas havia mais pessoas do que o número informado em relatório prévio enviado pela casa.   

Por isso, pediram o contrato de trabalho dos funcionários que não estavam na primeira listagem e, assim, imunizaram apenas aqueles que atuavam de fato na clínica. 

A Casa de Repouso Brilho de Sol garantiu que adotou todos os protocolos e recomendações das autoridades para resguardar os idosos que vivem lá e negou as acusações. 

O Ministério Público de São Paulo, por sua vez, abriu procedimento para investigar as denúncias.