PGR pede ao STF extinção da pena e de medidas cautelares contra Daniel Silveira

PGR argumentou que indulto de graça de Bolsonaro é válido e eficaz contra pena de Daniel Silveira

Por Édrian Santos

PGR pede extinção de pena contra Daniel Silveira Luís Macedo/Câmara dos Deputados
PGR pede extinção de pena contra Daniel Silveira
Luís Macedo/Câmara dos Deputados

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a extinção da pena e de todas as medidas cautelares contra o deputado Daniel Silveira (PTB), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte entendeu que o parlamentar deveria cumprir pena de mais de oito anos de prisão, além do pagamento de multa.

A decisão, assinada nesta terça-feira (14) por Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral da República, destaca a eficácia e validade do indulto de graça concedido ao condenado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Ambos são aliados politicamente.

“O decreto de indulto individual é existente, válido e eficaz, sendo que a sua repercussão jurídica na punibilidade está condicionada à necessária decisão judicial que declara extinta a pena do condenado”, disse Lindôra.

Fim das multas

A manifestação é uma resposta ao Supremo após a defesa de Silveira argumentar que o cliente estaria livre da pena devido ao perdão dado por Bolsonaro. No ofício, a vice-procuradora-geral também argumentou que as multas em desfavor do parlamentar são excessivas, haja vista que os valores se aproximas de R$ 1 milhão. 

“A alta gravidade e intensidade dessa medida cautelar viola o princípio da proporcionalidade, já que configura excesso à restrição de direitos fundamentais do condenado, não estando em equilíbrio com o interesse da efetividade do processo, o que demanda seja revogada”, argumentou.

As multas posteriores à condenação determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes a Silveira são respostas ao descumprimento de medidas cautelares do deputado, como o não uso da tornozeleira eletrônica. O ministro chegou a bloquear as contas e bens do aliado de Bolsonaro

Indulto um dia após condenação

Um dia após a condenação pelo STF, Bolsonaro assinou um decreto, prerrogativa do presidente da República, de graça ao aliado. Com a decisão, a pena do STF perde efeito. Por outro lado, há a discussão a respeito da perda de mandato e dos direitos políticos, pois se trata da esfera cível e não penal.

Após a publicação do decreto de Bolsonaro, partidos como a Rede Sustentabilidade recorreram ao STF contra o indulto, sob o argumento de impessoalidade por parte de Bolsonaro. Rosa Weber foi sorteada como relatora do processo, que segue em paralelo com as medidas cautelares emitidas por Moraes.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Carregar mais