A reforma tributária entrou em discussão nesta quarta-feira (5) e deve ser votada no plenário da Câmara nesta quinta (6). Segundo o senador Rogério Marinho (PL-RN), o partido deve orientar a bancada a votar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
“Caso haja votação na Câmara terá que haver em dois momentos porque é uma PEC até chegar ao Senado. Então, no nosso caso só vamos nos debruçar sobre o texto de maneira mais efetiva depois que passar na Câmara após o recesso. O que foi definido hoje é que caso a decisão se encaminhe, apesar dos apelos e do bom senso que nós estamos preconizando, o PL provavelmente vai votar contra”, declarou o senador em entrevista coletiva em Brasília.
Segundo o senador, a posição do partido é o adiamento da votação da PEC da reforma tributária. Para ele, é uma questão de “bom senso” pelo texto ser complexo em que “as negociações estão ocorrendo a toque de caixa” por pressão de diferentes setores da economia, que considera uma pressão justa.
“Por exemplo, você não tem números disponibilizados pela Receita Federal em relação aos impactos que essas mudanças setoriais estão ocorrendo. A mim, que estou um pouco distante do processo, me parece que está havendo uma série de puxadinhos”, pontuou o senador.
“Quando você abre uma negociação com determinado setor, por mais justo que seja, evidente que vai afetar o todo. Então, eu acredito que pelo bem do país era importante que nós tivéssemos a oportunidade de aguardarmos o impacto que esse texto finalizado após o processo de discussão vai ocasionar no conjunto da sociedade brasileira, não apenas da própria Receita Federal com números objetivos”, acrescentou.
Rogério Marinho comentou sobre a reunião entre governadores e prefeitos com lideranças do governo, onde foi dito que mais de cinco mil municípios teriam ganho de arrecadação. “O governo está afirmando o tempo todo que não vai haver aumento da carga tributária, como que vai aumentar a arrecadação dos municípios sem aumento de carga tributária? Qual é a mágica? Então, é importante que a gente tenha condições para se debruçar sobre o processo”, reforçou.
Rogério Marinho afirmou que “nada mais justo” do que ter mais tempo para análise da reforma tributária. Ele pontuou que o assunto já estava sendo debatido na gestão de Jair Bolsonaro. “Mas se demorou 50 anos para votar porque não aguardar dois ou três meses? Me parece absolutamente razoável a preocupação que o PL tem para que nós tenhamos, realmente, um texto que se adeque ao discurso que está sendo feito”, finalizou.