Estrelada pela ministra de Economia Social da França, Marlène Schiappa, a edição de abril/junho da revista "Playboy" na França está esgotada A política de 40 anos fez com que todos os exemplares fossem vendidos em apenas 3 horas depois do lançamento.
Foram mais de 100 mil exemplares foram vendidos, segundo o diretor da revista, Jean-Christophe Florentin, relatou à rede de notícias Euronews.Para comparação, habitualmente a revista vende cerca de 30 mil cópias por mês no país.
Desde o anúncio de que estamparia a capa do periódico, a ministra do governo do presidente Emmanuel Macron provocou críticas tantos de aliados políticos quanto da oposição. Saiba mais no vídeo acima.
Além das fotografias, Schiappa também deu uma entrevista sobre direitos - das mulheres, LGBTQIA+ e ao aborto - para a publicação. No início do mês, a ministra usou as redes sociais para defender seu direito de posar para a revista.
A defesa do direito da mulher de dispor de seu corpo está em todo lugar e o tempo todo. Na França, as mulheres são livres. Com todo respeito aos retrógrados e hipócritas, escreveu.
Críticas
No início do mês, a primeira-ministra do país, Elisabeth Borne, disse que a decisão "não foi nem um pouco apropriada, especialmente no momento atual", de acordo com a imprensa local.
De janeiro a março, a França viveu uma série de protestos, com confrontos entre a polícia e os manifestantes.
O motivo das manifestações era insatisfação com a reforma da previdência, decretada pelo presidente Emmanuel Macron. Promulgada no sábado (15), a lei aumenta a idade para a aposentadoria, de 62 para 64 anos.
Trajetória de Marlène Schiappa
Nascida em 18 de novembro de 1982, Schiappa é formada em Comunicação na Universidade de Grenoble. Em 2008, ela começou um blog sobre mães que trabalhavam e, com o sucesso, criou uma rede de apoio entre mulheres com o mesmo perfil para propor mudanças na política.
Depois do nascimento de sua primeira filha, ela começou a escrever livros sobre maternidade e feminismo. A trajetória na política se iniciou em 2014, quando se tornou Secretária de Equidade de Gênero no município de Le Mans.
Em 2015, ela conheceu Emmanuel Macron, então Ministro da Economia. Semanas mais tarde, Schiappa foi convidada para participar numa conferência sobre equidade de gênero.
Em 2017, a política chegou ao cargo de Secretária de Estado pela Equidade de Gênero. Na cadeira, trabalhou na proposição de lei que criminalizava o assédio sofrido nas ruas, como cantadas. De 2020 a 2022, foi Ministra da Cidadania, pasta dentro do Ministério do Interior.
Não é a primeira vez que Schiappa se envolve em uma polêmica. Em 2010, ela publicou um livro que dava dicas sobre sexo para pessoas com sobrepeso. Críticos apontaram que a publicação reforçava clichês preconceituosos.