Algumas prefeituras do estado de São Paulo adotaram medidas mais rígidas do que as anunciadas pelo governo de São Paulo para frear a contaminação pelo coronavírus. As informações são da Ana Paula Rodrigues, da Rádio Bandeirantes.
Um exemplo é a cidade de São José do Rio Preto, que anunciou um lockdown após uma reunião de emergência neste fim de semana por causa da ocupação de leitos, que chegou a 92%.
Hoje o prefeito Edinho Araújo se reúne com outros prefeitos da região para tentar convencê-los a adotar o mesmo modelo.
Alguns outros gestores anteciparam as medidas restritivas preocupados com o fim de semana. Foi o que ocorreu em São Lourenço da Serra e Juquitiba, que fecharam todo o comércio da noite de sexta-feira até ontem.
Apenas serviços de saúde, inclusive para pets, farmácias e postos de combustíveis puderam funcionar. As duas cidades são turísticas, ou seja, o turismo aumenta nos fins de semana.
Além disso, ambas têm poucos leitos de UTI e dependem dos municípios no entorno, que também já enfrentam superlotação dos leitos.
O prefeito de Juquitiba, Ayres Scorsatto, afirma que ao longo da semana vai avaliar os efeitos da medida e, se for necessário, vai ampliá-las para os dias da semana também.
“Nós recebemos muita gente no final de semana. Isso é muito complicado porque você lota os mercados, aquece a economia do município, mas também vem gente demais e dá aglomeração. O que eu fiz? Restringimos mais fechando tudo. Nós vamos fazer uma análise desse decreto e ver o que aconteceu no final de semana, para não causar um prejuízo tão grande na economia. Tenho aqui 4 leitos então dependemos de hospital regional, mas a ocupação é 100%”, disse.
Em Ribeirão Preto, a prefeitura também vai adotar medidas mais duras nos finais de semana após a ocupação de leitos de UTI passar dos 90%.
Nos dias 20 e 21, também 27 e 28 de março, os serviços essenciais serão ainda mais reduzidos, como explica o prefeito Duarte Nogueira.
“Tornaremos impeditivo o funcionamento de tudo a não ser aquilo que seja emergencial como farmácias, hospitais veterinários, postos de gasolina e o restante ficará fechado. Nós vamos permitir o delivery, principalmente de alimentos, 24 horas por dia durante todos os dias da semana, mas fica impedido o take out e drive-thru durante o período das 20h do sábado até 5h da segunda-feira. Tínhamos 89 leitos e agora estamos 232 leitos abertos e 91,5% ocupados”, contou.
A expectativa é que essas restrições causem o mesmo efeito sentido em outra cidade que já esteve no limite.
Em Araraquara, a primeira a adotar medidas duras, ainda em fevereiro, os casos começaram a cair. Entre janeiro e o mês passado, as mortes por Covid-19 chegaram a triplicar.
Por isso, a população viveu um lockdown rígido, em que apenas farmácias e hospitais abriram. O resultado foi a redução da média móvel de novos casos de 47% e a lotação de UTIs e enfermarias que cai desde o dia 3 de março.
Mesmo tempo em que comemora o resultado, o prefeito Edinho Silva afirma que não é possível relaxar.
“O lockdown para funcionar tem que ser extremamente restritivo. Shopping center aglomera, o centro comercial aglomera, o supermercado algomera e o transporte público. Fechamos supermercados por seis dias. Foi um momento difícil. Felizmente o pior passou, mas ainda o sinal de alerta está bem aceso. Não queremos que a cidade comemore esses dados positivos e haja um relaxamento, não pode haver um relaxamento. Nós temos chamado a atenção o tempo todo”, disse. O nível de ocupação de leitos de UTI em Araraquara ainda se mantém acima dos 90%.