Prefeituras de cidades de São Paulo adotam medidas mais rígidas que determinação estadual

Prefeituras de cidades de São Paulo adotam medidas mais rígidas que determinação estadual

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

Movimento nas ruas de comércio do centro de Araraquara, no interior do estado de São Paulo Bruno Santos/Folhapress
Movimento nas ruas de comércio do centro de Araraquara, no interior do estado de São Paulo
Bruno Santos/Folhapress

Algumas prefeituras do estado de São Paulo adotaram medidas mais rígidas do que as anunciadas pelo governo de São Paulo para frear a contaminação pelo coronavírus. As informações são da Ana Paula Rodrigues, da Rádio Bandeirantes

Um exemplo é a cidade de São José do Rio Preto, que anunciou um lockdown após uma reunião de emergência neste fim de semana por causa da ocupação de leitos, que chegou a 92%.

Hoje o prefeito Edinho Araújo se reúne com outros prefeitos da região para tentar convencê-los a adotar o mesmo modelo. 

Alguns outros gestores anteciparam as medidas restritivas preocupados com o fim de semana. Foi o que ocorreu em São Lourenço da Serra e Juquitiba, que fecharam todo o comércio da noite de sexta-feira até ontem.

Apenas serviços de saúde, inclusive para pets, farmácias e postos de combustíveis puderam funcionar. As duas cidades são turísticas, ou seja, o turismo aumenta nos fins de semana.

Além disso, ambas têm poucos leitos de UTI e dependem dos municípios no entorno, que também já enfrentam superlotação dos leitos.

O prefeito de Juquitiba, Ayres Scorsatto, afirma que ao longo da semana vai avaliar os efeitos da medida e, se for necessário, vai ampliá-las para os dias da semana também.

“Nós recebemos muita gente no final de semana. Isso é muito complicado porque você lota os mercados, aquece a economia do município, mas também vem gente demais e dá aglomeração. O que eu fiz? Restringimos mais fechando tudo. Nós vamos fazer uma análise desse decreto e ver o que aconteceu no final de semana, para não causar um prejuízo tão grande na economia. Tenho aqui 4 leitos então dependemos de hospital regional, mas a ocupação é 100%”, disse.

Em Ribeirão Preto, a prefeitura também vai adotar medidas mais duras nos finais de semana após a ocupação de leitos de UTI passar dos 90%.

Nos dias 20 e 21, também 27 e 28 de março, os serviços essenciais serão ainda mais reduzidos, como explica o prefeito Duarte Nogueira.

“Tornaremos impeditivo o funcionamento de tudo a não ser aquilo que seja emergencial como farmácias, hospitais veterinários, postos de gasolina e o restante ficará fechado. Nós vamos permitir o delivery, principalmente de alimentos, 24 horas por dia durante todos os dias da semana, mas fica impedido o take out e drive-thru durante o período das 20h do sábado até 5h da segunda-feira. Tínhamos 89 leitos e agora estamos 232 leitos abertos e 91,5% ocupados”, contou.

A expectativa é que essas restrições causem o mesmo efeito sentido em outra cidade que já esteve no limite.

Em Araraquara, a primeira a adotar medidas duras, ainda em fevereiro, os casos começaram a cair. Entre janeiro e o mês passado, as mortes por Covid-19 chegaram a triplicar.

Por isso, a população viveu um lockdown rígido, em que apenas farmácias e hospitais abriram. O resultado foi a redução da média móvel de novos casos de 47% e a lotação de UTIs e enfermarias que cai desde o dia 3 de março.

Mesmo tempo em que comemora o resultado, o prefeito Edinho Silva afirma que não é possível relaxar.

“O lockdown para funcionar tem que ser extremamente restritivo. Shopping center aglomera, o centro comercial aglomera, o supermercado algomera e o transporte público. Fechamos supermercados por seis dias. Foi um momento difícil. Felizmente o pior passou, mas ainda o sinal de alerta está bem aceso. Não queremos que a cidade comemore esses dados positivos e haja um relaxamento, não pode haver um relaxamento. Nós temos chamado a atenção o tempo todo”, disse. O nível de ocupação de leitos de UTI em Araraquara ainda se mantém acima dos 90%.

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