O atual primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, deve ser nomeado como o próximo secretário-geral daOrganização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), após todos os 32 membros da aliança terem manifestado apoio à sua candidatura para o cargo.
Depois de receber o endosso da Hungria e da Eslováquia no início da semana, a candidatura de Rutte superou o último entrave nesta quinta-feira (20/06), quando a Romênia confirmou o seu apoio após o atual presidente romeno, Klaus Iohannis, retirar sua própria candidatura concorrente para o cargo.
Antes disso, Rutte já havia recebido o apoio de peso dos Estados Unidos, principal força militar da Otan. "O primeiro-ministro Rutte tem uma profunda compreensão da importância da aliança, é um líder e comunicador nato, e sua liderança serviria bem à aliança neste momento crítico", disse o presidente americano, Joe Biden, em fevereiro.
Posição delicada
O atual secretário-Geral da Otan, Jens Stoltenberg, vai encerrar seu mandato em outubro, após permanecer uma década no posto.
Seu sucessor terá que procurar equilibrar o apoio dos membros da Otan à Ucrânia e, ao mesmo tempo, evitar qualquer escalada que possa levar a aliança a uma guerra contra a Rússia.
Dependendo do resultado das eleições presidenciais americanas de novembro, o próximo chefe da Otan poderá ainda ter que lidar com um segundo mandato de Donald Trump, que foi alvo de críticas de autoridades ocidentais neste ano por questionar o compromisso dos EUA em defender os países-membros da aliança.
Fundada em 1949 para contrabalancear a força da União Soviética durante a Guerra Fria, a Otan é uma aliança política e militar de países da América do Norte e da Europa.
Consagrado no Artigo 5 de seu tratado de fundação está o princípio da defesa coletiva – a ideia de que um ataque a um membro é considerado um ataque a todos.
Indicação precisava de apoio de todos os 32 países-membros
A indicação para o cargo de secretário-geral da Otan é escolhida por consenso, o que significa que todos os membros devem concordar com a decisão final. No entanto, os EUA costumam exercer mais peso na escolha. Atualmente, a aliança tem 32 membros – em março, ela foi reforçada com a entrada da Suécia.
Rutte, de 57 anos, tem sido um rosto conhecido na política europeia após completar 13 anos como primeiro-ministro da Holanda – o mais longo mandato na história do país.
Ele anunciou inesperadamente sua saída da política holandesa no ano passado, mas continua a liderar o país de forma interina até que o novo governo de coalizão tome posse, o que está previsto para ocorrer no início de julho.
No ano passado, Rutte disse à mídia holandesa estar aberto à ideia de assumir chefia da Otan, algo que ele classificou como "um trabalho muito interessante".
Além de Rutte e Iohannis, a lista de aspirantes confessos ao cargo incluia a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, e o ministro das Relações Exteriores da Letônia, Krisjanis Karins – mas esses três últimos nomes no final não conseguiram amealhar apoios decisivos entre os membros da aliança.
Espera-se que o nome de Rutte seja anunciado oficialmente para o cargo em Washington, em julho, para coincidir com a reunião que vai marcar o 75º aniversário da aliança.
jps/le (Reuters, DW)