A premiê do Reino Unido, Liz Truss, renunciou nesta quinta-feira (20) ao cargo pouco mais de um mês após tomar posse. O anúncio foi feito ao início da tarde pelo horário de Londres, em frente ao Downing Street. Ela comunicou ao Rei Charles III a intenção de deixar o cargo.
“Reconheço que, dada a situação, não posso cumprir o mandato para o qual fui eleita pelo Partido Conservador. Portanto, falei com Sua Majestade o Rei para notificá-lo de que estou renunciando ao cargo de líder do Partido Conservador“, afirmou.
A demissão acontece 45 dias depois de Truss ter sido eleita líder do Partido Conservador, sucedendo a Boris Johnson – que anunciou a saída em julho.
O curto período de Truss à frente do cargo deve-se, em grande medida, ao abandono de suas promessas econômicas, feitas durante a campanha interna, por causa da reação negativa dos mercados e de vários deputados do partido.
Os relatos de “cenas caóticas” na votação de uma moção na quarta-feira à noite, no Parlamento, também precipitaram a sua queda, depois de mais de 15 deputados, vários ex-ministros e outras figuras do partido terem defendido publicamente a sua demissão.
A renúncia de Truss marca o menor tempo que um líder ocupou o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido desde 1834, quando Arthur Wellesley foi defenestrado da posição após 23 dias, entre 14 de novembro e 10 de dezembro de 1834. Wellesley, no entanto, já havia ocupado o cargo por dois anos, entre 1828 e 1830.
Próximos passos
Liz Truss afirmou que permanecerá no cargo até que um novo primeiro-ministro seja eleito. “Esta manhã encontrei o presidente do Comitê de 1922, Sir Graham Brady. Concordamos que haverá uma eleição de liderança a ser concluída na próxima semana. Isso garantirá que continuemos com um nome para entregar nossos planos fiscais e manter a estabilidade econômica e a segurança nacional de nosso país. Permanecerei como primeira-ministro até que um sucessor seja escolhido”, disse.
A normativa britânica prevê que o Partido Conservador escolha um novo premiê. "Se um Primeiro-Ministro optar por renunciar quando a sua administração tiver maioria absoluta (como em 2016 e 2022), cabe ao partido ou partidos no governo (e seus membros) identificar quem pode ser escolhido como sucessor . O primeiro-ministro só se demite formalmente e recomenda um sucessor ao monarca uma vez que este processo esteja concluído", define o regime parlamentarista do Reino Unido.