Presidente da OAB vê Bolsonaro como 'traidor da pátria' e defende Constituição

Para Felipe Santa Cruz, 'presidente não tem nenhum apreço pelo texto constitucional, pela democracia, pela liberdade'

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

O presidente da República é um “traidor da pátria”. A declaração foi feita nesta sexta-feira (23) por Felipe Santa Cruz, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em entrevista ao Manhã Bandeirantes, apresentado por José Luiz Datena na Rádio Bandeirantes.

Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Jair Bolsonaro vai contra a Constituição quando diz que não terá eleições em 2022, caso o voto impresso não seja obrigatório.

“Ulysses Guimaraes (presidente da Assembleia Nacional Constituinte), em 5 de outubro de 1988, diz que traidor da Constituição é traidor da pátria. O presidente da República é traidor da pátria quando, dia após dia, trabalha contra a Constituição da República. Ele jurou cumprir essa Constituição, como determina a própria Constituição. O presidente não tem nenhum apreço pelo texto constitucional, pela democracia, pela liberdade”, disse Santa Cruz.

Para o presidente da OAB, o voto do papel é “do coronelismo”, e a insistência de Bolsonaro no ataque às urnas eletrônicas serve “para justificar uma possível derrota eleitoral que se aproxima”.

Felipe Santa Cruz acredita ainda que há justificativas para a abertura de um processo de impeachment de Bolsonaro, e admite que a própria OAB pode encaminhar um pedido após a CPI da Pandemia.

“Eu compreendo que a sociedade brasileira esteja dividida. Nenhum de nós tem prazer ou satisfação em discutir impeachment, acho que é um remédio amargo para todo mundo. O melhor caminho é a democracia, é o voto. Mas, se apurado que há indícios concretos, ao final da CPI, tenho certeza de que a OAB não se furtará o papel de também encaminhar um pedido de impeachment”, afirmou.

Santa Cruz ainda mostrou preocupação com o momento político atual e pede “muita cautela a todos”. Para ele, é necessário que os Poderes e as Forças Armadas se mantenham dentro de seus limites.

“Os militares devem fazer o papel constitucional deles, nosso Congresso deve cumprir seu papel, o Executivo, o Judiciário. O Brasil precisa ter uma serenidade institucional para preservar as liberdades, a democracia, o Estado democrático de direito. O país está muito turbulento já há algum tempo, e os indícios, dia após dia, são preocupantes. A OAB está atenta ao seu papel, que é defender a democracia e a Constituição Federal”, afirmou.

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