O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o parlamento e convocou eleições antecipadas no país para o dia 18 de maio. A ação vem após a queda do governo do primeiro-ministro Luís Montenegro.
"Ninguém esperava e ninguém queria", admitiu o presidente sobre a convocação. Ele pediu ainda que o debate dos próximos meses seja “claro e esclarecedor, mas sereno, digno, elevado, tolerante, respeitador do pluralismo, que fortaleça e não enfraqueça a democracia”.
Portugal é um país semipresidencialista, no qual o presidente tem algumas prerrogativas, mas em que a tarefa de governar cabe ao executivo, que é formado pelo primeiro-ministro e outros ministros de estado.
O governo é formado com base no que acontece no parlamento: o partido que tem maioria tem a prerrogativa de formar uma administração, e o líder desse partido costuma assumir o posto de primeiro-ministro.
Nas últimas eleições, a frente Aliança Democrática (AD), de centro-direita, liderada por Luís Montenegro, venceu as eleições, mas não obteve maioria absoluta. Por isso, precisaram negociar com outros partidos para manterem o governo de pé.
Luís Montenegro estava no comando da administração do executivo há apenas 344 dias, mas foi abalado quando se descobriu que a Spinumviva, uma empresa da qual ele é dono, recebia pagamentos mensais por consultoria e proteção de dados.
A situação foi vista como conflito de interesse e a oposição ameaçou abrir uma CPI para investigar a situação. Diante disso, o governo convocou uma moção de confiança, um ato em que parlamentares poderiam votar sobre a continuidade da administração.
A moção contou com votos contrários do PS, Chega, de extrema-direita, e dos partidos de esquerda Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português (PCP), Livre e o Pessoas-Animais-Natureza (PAN).
