A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, nesta sexta-feira (8), que afastou os agentes que atiraram contra um carro de uma família e balearam uma menina de três anos no Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada Fluminense.
Segundo o órgão, eles foram afastados preventivamente das funções operacionais, "inclusive para atendimento e avaliação psicológica". A corregedoria da PRF apura o caso. “A instituição colabora com as investigações da polícia judiciária para o esclarecimento dos fatos", diz o comunicado.
"A PRF expressa seu mais profundo pesar e solidariza-se com os familiares da vítima, assim como está em contato para prestar apoio institucional. A arma do policial que efetuou o disparo foi apreendida", informou a PRF.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, utilizou as redes sociais para informar que já solicitou esclarecimentos e providências à direção da PRF do Rio de Janeiro.
“Estou aguardando a resposta, que será comunicada imediatamente. E mandei acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de procedimento na PRF, como já havia determinado quando da demissão dos policiais do caso Genivaldo, em Sergipe. Outras medidas serão informadas em breve”, pontuou o ministro.
O caso
Heloísa dos Santos estava no carro com familiares quando foi atingida. Familiares dizem que o tiro partiu de agentes da PRF. O motivo do disparo teria sido porque o motorista não obedeceu uma ordem de parada dada pelos policiais.
Porém, os familiares informaram à equipe da Band que, no momento que passavam pelo local, havia uma viatura da PRF e não faziam nenhuma blitz. No momento que passaram pela viatura, não percebeu nenhuma ordem de parada, mas, na sequência, o pai da criança verificou que os agentes encostaram no carro e por iniciativa própria decidiu ir para o acostamento. Quando estava parando o veículo ouviu os disparos.
“(fez alguma ordem de parada?) Não, quando eles chegaram perto ao meu carro, eles acenderam o giroflex, que estava apagado, foi na hora que eu dei seta, eu ando a 70 quilômetros e não passo disso, e estava parando o carro quando eu ouvi os disparos”, declarou o pai da criança à Band.
Segundo ele, não deu tempo de falar nada e nem dos agentes verem quem estava dentro do carro. O pai de Heloisa informou que ouviu cerca de quatro a cinco disparos.
Estado grave
A menina chegou “com rebaixamento de nível de consciência, sangramento ativo no couro cabeludo, sendo sedada e entubada”. A paciente foi avaliada pela Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (Cipe), neurocirurgia e pediatria, com realização de exames de imagem e laboratório. A menina foi encaminhada para o centro cirúrgico e está internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI). “Seu estado é grave”, afirma a nota da secretaria.
De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, somente em 2023, 18 crianças foram baleadas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Sete morreram.