Procon recomenda que consumidores não abasteçam em postos que aumentaram preços

Governo prorrogou isenção de impostos federais sobre combustíveis no domingo. Mesmo assim, algumas distribuidoras subiram preços no dia, após fim de decreto anterior

Da Redação

O Procon de São Paulo recomendou nesta quarta-feira (4) que consumidores não abasteçam veículos em postos de combustíveis que aumentaram preços nos últimos dias. Em nota, o órgão lembra que o governo federal prorrogou a isenção de impostos federais e que não há justificativa para aumentos neste momento. 

“Com relação ao aumento dos preços de combustíveis que vem sendo praticado por alguns postos, apesar de a isenção de impostos federais ter sido prorrogada, o Procon-SP recomenda que o consumidor fique atento, compare os valores e não abasteça nos locais que fizeram reajustes”, diz o órgão em nota.  

O Procon ressalta, no entanto, que “a legislação – seja a Constituição Federal ou o Código de Defesa do Consumidor – não estabelece regra para controle de preços em tempos de normalidade”. 

“A livre concorrência continua a ser o maior benefício que o cidadão possui contra a prática de aumentos”, opina.

O Procon-SP deve realizar uma pesquisa de preços de combustíveis para que o consumidor saiba quais são os postos mais baratos. 

Multa

Os postos que reajustaram as tarifas dos combustíveis têm até esta quinta-feira (5) para justificar o aumento nos preços.

De acordo com a Secretaria Nacional do Consumidor, os estabelecimentos foram notificados na terça-feira (3). Caso as explicações não sejam válidas, os postos podem ser multados.

Investigação 

Na terça-feira (3), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que pedirá investigação dos postos de combustíveis que aumentaram o preço da gasolina desde o último domingo. Dino delegou ao secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, a tarefa de apurar eventuais alterações dos preços nas bombas.

"Já orientei o Wadih para verificar os aumentos irrazoáveis, imoderados, dos combustíveis que vemos hoje, uma vez que não há razão objetiva. Não houve aumento na Petrobras e não há base empírica para que haja essa descoordenação em relação a preços", disse o novo ministro.

A desoneração de tributos federais será mantida até 28 de fevereiro para gasolina e álcool e até 31 de dezembro para os outros combustíveis, como óleo diesel, biodiesel e GLP, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinar medida provisória na noite de domingo.

Entretanto, ainda no domingo, com o fim das isenções, as distribuidoras passaram a cobrar novamente o valor integral dos tributos, o que fez o preço aumentar repentinamente. Alguns postos, segundo relatos em diversos estados, mantiveram os aumentos mesmo com a prorrogação da isenção. 

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