Todos os funcionários da Câmara Municipal de São Paulo podem ser vacinados mesmo sem serem grupos de risco. Isso porque a casa está prestes a encaminhar ao prefeito Bruno Covas um projeto de lei que acrescenta novas categorias no grupo preferencial. As informações são do jornalista Marco Antônio Sabino, na Rádio Bandeirantes, em sua coluna “Insights” (ouça na íntegra acima).
Na lista de grupos prioritários estariam motoristas de ônibus, taxistas, motoristas de aplicativo, caixas de supermercado, garis, funcionários das farmácias, feirantes, motoboys/entregadores e líderes religiosos – que estão citados nominalmente.
O projeto também insere todas as categorias de funcionários públicos municipais - entre eles, funcionários da Câmara Municipal e do Tribunal de Contas do Município.
O projeto é suprapartidário, ou seja, todos os vereadores e partidos sugeriram trechos da lei.
Agora, o vereador Fábio Riva (PSDB) é responsável por agrupar e apresentar a redação final do projeto.
Esse projeto de lei de vacinação é na verdade um projeto substitutivo – já tinha sido aprovado em primeira votação e agora segue para a definitiva.
Só que o projeto que foi aprovado em primeiro turno era completamente diferente do que está tramitando agora: antes se tratava de uma troca de um terreno do Hospital 9 de Julho, onde está uma base do Samu, por um outro terreno vizinho ao próprio hospital.
Contudo, o presidente da Câmara Milton Leite (DEM) decidiu aproveitar o número do projeto, modificar o original e inserir as novas categorias entre os grupos prioritários da imunização. Assim, como o projeto há tinha sido votado em primeiro turno evitaria a necessidade de ser revisado e votado por todas as comissões, criando um “jabuti” - jargão político para um assunto inserido no texto texto de outro projeto já em trâmite, normalmente sem conexão direta.
A justificativa dos vereadores é acelerar o projeto para iniciar a vacinação das categorias.
Após a redação final, o projeto vai para a sanção de Bruno Covas, que pode fazer vetos a algumas categorias. Contudo, os vereadores teriam atendido às bases eleitorais no projeto, deixando o ônus da decisão final toda para o prefeito.
Se aprovada a inclusão de todas essas categorias no projeto, seriam aproximadamente 300 mil profissionais a serem vacinados.
A urgência dos vereadores se dá no mesmo momento em que as negociações da prefeitura de São Paulo com a Janssen estão avançadas para a compra de 5 milhões de doses do imunizante da Johnson & Johnson, que é aplicado em dose única. A farmacêutica pediu, na última quarta-feira (25), o uso emergencial de sua vacina junto à Anvisa.