O Bolsa Atleta é um programa do governo federal, gerido pelo Ministério do Esporte, que desde 2005 apoia financeiramente atletas de alto desempenho que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais. Em 2024, foram contemplados mais de 9 mil atletas pelo programa – o maior número em 20 anos.
O benefício tem como objetivo dar suporte ao desenvolvimento da carreira dos atletas, visando os resultados esportivos. Segundo o governo federal, o programa garante "condições mínimas" para que os profissionais se dediquem, com "exclusividade e tranquilidade", aos treinamentos e competições.
Categorias e valores
São seis categorias de bolsa oferecidas pelo Ministério do Esporte: Atleta de Base; Estudantil; Nacional; Internacional; Olímpico/Paralímpico/Surdolímpico; e Pódio. Em julho de 2024, depois de 14 anos, os valores foram reajustados em 10,86% e passaram a variar entre R$ 410 e R$ 16.629.
Para ser contemplado, o atleta deve atender a alguns critérios, como ser maior de 14 anos; estar vinculado a um clube esportivo, ser filiado à entidade de administração de sua modalidade tanto em nível estadual quanto nacional, e ter participado de competição no ano imediatamente anterior àquele em que está pleiteando a bolsa, dentre outros.
O dinheiro da bolsa é depositado em conta específica do atleta na Caixa Econômica Federal. E, após o recebimento das 12 parcelas previstas por ano, o contemplado precisa fazer ainda uma prestação de contas ao governo.
Desde 2012, com a Lei 12.395/11, é permitido que o atleta participante do programa também tenha patrocínio, podendo contar com a bolsa e com outras fontes de recursos para suas atividades esportivas.
Em 2024, o programa Bolsa Atleta chegou a seu recorde de beneficiados: 9.075 atletas. A Atleta Nacional é a maior categoria, com quase 6 mil atletas que recebem uma bolsa mensal de R$ 1.025.
A categoria Pódio é mais alta do Bolsa Atleta, contemplando, desde 2013, atletas com chances de medalha e de disputar finais em Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Em 2023, com a publicação da Lei Geral do Esporte, passou a incluir também aqueles com chances nos Jogos Surdolímpicos.
No caso da Atleta Pódio, são 4 subcategorias de bolsa com valores a partir de R$ 5.543. Podem ser contemplados os que estão entre os 20 primeiros do ranking mundial de sua modalidade ou prova específica. Além disso, os elegíveis precisam enviar um plano esportivo que é avaliado por um grupo de trabalho.
Na mais alta subcategoria de Atleta Pódio está, por exemplo, a skatista Rayssa Leal. Após ganhar a medalha de bronze nos Jogos de Paris, circularam nas redes sociais fakes news afirmando que ela receberia a categoria estudantil, de R$ 410. Na verdade, em 2024, Rayssa está contemplada com bolsa de R$ 16.629.
Impacto nos Jogos Olímpicos
Segundo publicação da Secretaria de Comunicação Social, 98% da delegação brasileira que está em Paris já recebeu o Bolsa Atleta em algum momento da carreira.
Além disso, dos 276 atletas brasileiros que estão competindo nos Jogos Olímpicos de 2024, 241 recebem atualmente o benefício, o equivalente a 87% do Time Brasil.
Nos Jogos de Tóquio, disputados em 2021, 19 das 21 medalhas do país (cerca de 90%) tiveram a presença do Bolsa Atleta. Os outros dois pódios foram de Rayssa Leal, que ainda não recebia o benefício porque tinha menos de 14 anos, e da seleção masculina de futebol, que não é contemplada no Bolsa Atleta.
Autor: Iolanda Paz