A batalha de Israel em Rafah, até amanhã, sexta-feira, começou a ser travada na Corte Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda. Pela quarta vez, a África do Sul, com a palavra nesta quinta-feira, pede medidas de emergência para impedir “um ataque militar brutal ao único refúgio restante para o povo de Gaza”.
Primeiro país árabe a concluir um acordo de paz com Israel, o Egito anunciou que vai aderir à África do Sul, explicando que as ações militares israelenses “constituem uma violação flagrante do direito internacional, do direito humanitário e da Quarta Convenção de Genebra de 1949 com relação à proteção de civis em tempos de guerra”. A Líbia, a Nicarágua e a Colômbia apresentaram solicitações formais para intervir na audiência, contra Israel.
Uma delegação israelense dos ministérios de Relações Exteriores e da Justiça está em Haia para defender Israel nesta sexta-feira. Vai argumentar que “a operação em Rafah é a continuação de sua autodefesa contra os ataques do Hamas e a manutenção de reféns”, antecipou o jornal Haaretz. “Israel também vai alegar que está realocando civis palestinos em locais seguros e lhes fornecendo assistência humanitária”.
As críticas a Israel cresceram nos últimos dias, partindo de seus aliados europeus e dos Estados Unidos. As ameaças são de retrocesso nas relações ou boicote de armas. A posição egípcia, entre todas, é a mais significativa, por causa da paz entre os dois países, pioneira, corajosa, com o presidente Anuar Sadat desafiando o mundo árabe, em 1977, para visitar Jerusalém, e que agora entra em decadência. Uma delegação de Israel foi ao Cairo, esta semana, para segurar as relações entre os dois países. O Egito, porém, reclama das tropas israelenses concentradas em sua fronteira com Rafah.