
O presidente Donald Trump conversou longamente com o presidente russo Vladimir Putin e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, hoje, para iniciar negociações imediatas que acabem com a guerra que já matou “milhões” de pessoas, como ele escreveu em sua plataforma Truth Social.
Putin exige que a Rússia mantenha os territórios que conquistou desde que invadiu o território ucraniano em 2022, cerca de 20% do país, descontada a Crimeia, ocupada em 2014, e que a Ucrânia não entre para a OTAN e tenha sua capacidade militar limitada.
No primeiro telefonema divulgado publicamente entre Trump e Putin, os temas abordados foram a Ucrânia, o Oriente Médio, Inteligência Artificial, dólar e energia. “Foi um telefonema longo e altamente produtivo... Concordamos em trabalhar muito próximos, inclusive visitando as nações um do outro. “Equipes dos dois países deverão se reunir em breve. “Não se deve perder mais vidas! Quero agradecer ao presidente Putin por seu tempo e esforço com essa ligação e pela libertação de Marc Fogel, um homem maravilhoso que cumprimentei ontem à noite na Casa Branca”.
(Fogel estava preso havia três anos na Rússia. Em troca, os EUA vão libertar o russo Alexander Vinnik, que se declarou culpado, em 2024, de lavagem de dinheiro).
O telefonema de Trump a Zelensky foi mais para informá-lo da conversa com Putin. Durante a semana, o secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, fixou limites para as ambições da Ucrânia, em reuniões em Paris, Bruxelas e Alemanha.
A volta às fronteiras ucranianas de 2014 é um “objetivo ilusório” e “irrealista”. A tentativa de recuperá-los “apenas prolongará a guerra e provocará mais sofrimento”.
Hegseth também deu um recado à OTAN: que ela assuma mais responsabilidade financeira e militar em defesa da Ucrânia. Ele também disse que o presidente Trump “não apoia a entrada da Ucrânia na OTAN”, alinhado com uma das exigências do presidente Putin. Mas, acrescentou, “uma paz durável para a Ucrânia deve incluir garantias de que a guerra não recomece”. Os Estados Unidos não enviarão tropas. “A parcela esmagadora de ajuda futura, letal e não letal, caberá à Europa”.
O ex-presidente Joe Biden era a favor de que a Ucrânia decidisse as concessões que faria pela paz. Não dialogou com Putin e preservava a soberania ucraniana em suas fronteiras reconhecidas internacionalmente.
Agora, com Trump, o peso das concessões está com o presidente Zelensky. E ele ainda propôs que trocaria a ajuda à Ucrânia por US$ 500 bilhões em minerais usados para alta tecnologia.