As credenciais do primeiro-ministro eslovaco Roberto Fico, baleado nesta quarta-feira em Handlova, cidade central da Eslováquia, o aproxima de alguns outros políticos populistas conhecidos:
- Amigo do russo Vladimir Putin, a quem receberia sem permitir que fosse preso, por mandato do tribunal penal de Haia;
- Amigo do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, antiamericano, eurocético, oposto à democracia, próximo de Putin e do ex-presidente Donald Trump;
- Foi contra vacina para Covid, o uso de máscaras e quarentena;
- Enrolado em acusações de corrupção;
- Opõe-se à imigração e rejeita uma comunidade muçulmana na Eslováquia, criticando o programa de cotas da União Europeia;
- Ex-membro do Partido Comunista, hoje está coligado à extrema direita;
- Suspendeu a ajuda militar a Ucrânia, ao assumir o poder. Prometeu não mandar “uma única bala” para o presidente ucraniano Valodymyr Zelensky;
- Gosta de carrões velozes, futebol e relógios caros;
O primeiro-ministro. Fico, 59, foi levado de avião para o Hospital Roosevelt, em Banska Bystrica, mais perto do que a capital, Bratislava, a 180 quilômetros; Seu estado é descrito como gravíssimo;
O homem que o baleou quatro vezes foi preso logo depois do atentado. Líderes mundiais, inclusive Biden e Putin, expressaram “choque”, “alarme” e se puseram à disposição da presidente eslovaca Zuzana Caputova, que deixará o cargo brevemente para o eleito presidente Peter Pellegrini, populista como Fico, de quem é amigo.
Pellegrini escreveu nas redes sociais: "Uma tentativa de assassinato de um dos mais altos funcionários constitucionais é uma ameaça sem precedentes à democracia eslovaca.
Se expressarmos opiniões políticas diferentes com armas nas praças, e não nas seções eleitorais, colocamos em risco tudo o que construímos juntos em 31 anos de soberania eslovaca. ”
Fico é advogado, estava casado com a advogada Svetlana Ficova (a mídia eslovaca diz que os dois se separaram), com quem tem um filho, Michal. Ele tem dois lemas conhecidos: “Paciência sempre traz rosas vermelhas” e “Com a União Soviética para a Eternidade”.