A resposta do ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, líder de extrema direita, ao triplo reconhecimento da Palestina pela Noruega, Espanha e Irlanda, deve piorar mais a imagem de Israel no mundo e prejudicar os palestinos da Cisjordânia. Ele anunciou que não vai mais transferir as receitas fiscais devidas aos palestinos à Autoridade Palestina.
O gabinete de Smotrich disse que a decisão, “em parte”, é uma punição à liderança palestina, que teria instigado o reconhecimento anunciado pela Espanha, Noruega e Irlanda. “Eles (os palestinos) estão agindo contra Israel de forma legal, diplomática, em prol do reconhecimento unilateral”, disse Eytan Fuld, porta-voz do Ministério das Finanças.
Há décadas, Israel recebe impostos alfandegários e de importação em nome da Autoridade Palestina. A receita se tornou a maior parte do orçamento palestino, depois que a ajuda internacional começou a secar. A Cisjordânia está numa grave crise financeira: este mês foi paga só a metade dos salários de milhares de funcionários públicos. Mais de 100 mil palestinos que trabalhavam em Israel perderam os empregos, além dos 500 que foram mortos desde 7 de outubro, quando o Hamas matou 1.200 israelenses e levou para Gaza mais de 200 reféns, dos quais restam cativos cerca de 120.
O governo do primeiro-ministro Netanyahu rejeita a criação de um estado palestino independente ao lado de Israel. O chanceler Israel Katz convocou os embaixadores da Noruega, Espanha e Irlanda a seu gabinete para uma “severa repreensão” por terem dado “uma medalha de ouro aos terroristas do Hamas”. O presidente Biden disse nesta quarta-feira, depois do anúncio do triplo reconhecimento da Palestina, que é favorável à criação de um estado palestino via negociações, e não por imposição unilateral.