
A resolução de cessar-fogo durante o mês do Ramadã, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, nesta segunda-feira, provocou uma reação inesperada por parte de Israel, que cancelou a viagem de uma delegação de altos funcionários a Washington, por causa da abstenção e não do veto dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos vetaram três resoluções de cessar-fogo anteriores e apresentou uma própria, semana passada, vetada pela Rússia e China. O governo Netanyahu atribuiu a abstenção à escalada de uma crise com o presidente Biden.
"À luz da mudança da posição americana, o primeiro-ministro Netanyahu decidiu que a delegação não viajará para os Estados Unidos", declarou o governo israelense num comunicado. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, explicou à imprensa que a abstenção não representou uma "mudança de política" para o presidente Biden. "Não há razão para que isso seja visto como algum tipo de escalada", disse ele.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, protestou contra a resolução aprovada no Conselho de Segurança porque ela não condiciona o cessar-fogo à libertação dos reféns em cativeiro em Gaza. "A libertação dos reféns deve ser a primeira prioridade do Conselho. Sua exigência de um cessar-fogo sem condicioná-lo à libertação de nossos reféns prejudica os esforços para libertá-los e dá ao Hamas a esperança de conseguir um cessar-fogo sem libertá-los. Todos os membros do conselho deveriam ter se oposto a essa resolução".