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Relatório da CPI pode colaborar com processo de impeachment, diz Simone Tebet

Senadora do MDB garantiu que parte da investigação apontará para possível crime de responsabilidade de Bolsonaro na pandemia

Da Redação, com BandNews TV

Senadora Simone Tebet foi a entrevistada no Ponto a Ponto, do BandNews Reprodução TV
Senadora Simone Tebet foi a entrevistada no Ponto a Ponto, do BandNews
Reprodução TV

Mesmo sem estar entre os titulares da CPI da Pandemia, Simone Tebet (MDB-MS) tem sido voz ativa na comissão no Senado. E a parlamentar garantiu que o relatório da primeira parte da investigação apontará para possível crime de responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro, o que pode se refletir na mudança do cenário para o avanço de um processo de impeachment.

“A CPI, em seu relatório, vai trazer sim responsabilidades para autoridades públicas. Nós temos três responsabilidades: um possível crime de responsabilidade do presidente da República na primeira fase, do negacionismo. Portanto, isso pode corroborar e ajudar a engrossar o caldo lá na Câmara dos Deputados no que se refere ao processo de impeachment do presidente. Nós temos a responsabilidade de servidores públicos, que de alguma forma participaram, dolosa ou culposamente, em relações a esses possíveis atos, com possível perda de mandato e pagamento de multa. E nós temos a responsabilidade civil, essa, um pouco mais complexa de ser analisada”, explicou a senadora em entrevista ao Ponto a Ponto, programa da jornalista Mônica Bergamo e o cientista político Antônio Lavareda no BandNews TV desta quarta-feira (4). Veja a entrevista na íntegra abaixo:

Ela cita o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que analisou que a compra de vacinas contra covid-19 da forma mais rápida, desde que começaram a ser ofertadas ao governo federal, poderiam ter poupado até 145 mil vidas dentro de quase 560 mil vítimas da doença no Brasil. 

A senadora ainda cita como responsabilidades do governo Bolsonaro uma política negacionista, apostando em tratamentos sem comprovação científica e na imunização de rebanho pelo vírus como elementos a serem apontados no relatório final da CPI, que será encaminhado ao Ministério Público Federal e Poder Judiciário para ações.

Tebet também garantiu que não teme pela intimidação da base bolsonarista sobre os trabalhos da CPI, retomados nesta semana, e disse que os senadores da comissão não aprovaram a convocação do agora ministro da Defesa, general Braga Netto, por falta de uma “justificativa bem fundamentada”.

“Um senador apontou que estava entendendo que o requerimento do Senador Alessandro [Vieira, Cidadania-SE] precisaria de uma justificativa. Afinal, é um ministro de estado, e para obviamente mantermos, como queremos sempre manter, um bom relacionamento com as Forças Armadas”, justificou, dizendo que os militares que forem convocados pela comissão estarão na condição de civis, ou seja, sujeito aos controles de fiscalização dos órgãos correspondentes, como o Tribunal de Contas ou mesmo o Poder Legislativo.

Braga Netto, ainda titular na Casa Civil, teria convocado encontro para sugerir um decreto presidencial para a mudança da bula da cloroquina para combate à pandemia.

A senadora elogiou as Forças Armadas como instituição “sagrada” no Brasil, mas criticou o alto índice de participação de militares no Poder Executivo, defendendo inclusive mecanismos para limitar a atuação destes na política.

Terceira via nas eleições 2022

Mesmo diante das recentes pesquisas mostrando um cenário eleitoral para a presidência polarizado entre Lula e Bolsonaro, Simone Tebet é otimista quanto ao surgimento de um nome da chamada “terceira via”. A senadora vê 60% dos brasileiros buscando por uma alternativa diferente, e que o Brasil não teria paz com a eleição de um dos dois líderes nas pesquisasem 2022.

“Onde quer que ela esteja [terceira via], eu estarei com ela. O Brasil e a democracia se faz com alternativas”, ponderou. A senadora ainda crê que os nomes que despontarem dessa via de alternativa política vão se unir no afunilamento da campanha presidencial no início do próximo ano.

Ainda assim, ela defende que seu partido, o MDB, deva lançar um candidato próprio para o Palácio do Planalto.

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