A Rússia e a China vetaram a resolução dos Estados Unidos para um cessar-fogo imediato e a libertação de reféns em Gaza. O embaixador russo Vassily Nebenzia denunciou que ela não passava de uma "falsa promessa, quando mais de 30 mil palestinos já morreram". E ainda acrescentou: "Vocês só querem vender um produto aos seus eleitores".
A resolução representava uma mudança de posição dos EUA, que já havia vetado duas anteriores. O presidente Joe Biden está se descolando do premiê Benjamin Netanyahu para não perder mais votos e vencer as eleições de novembro. A Argélia votou com a China e Rússia, 11 países foram a favor da resolução e um só, a Guiana, se absteve.
Restou outra resolução para ser votada nesta sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU, com texto de Moçambique que pede um cessar-fogo em Gaza durante o mês sagrado do Ramadã, iniciado dia 10 passado.
168 dias de guerra em Gaza, e continuam os esforços pela paz, no Catar, Egito e em Israel.
Em Telavive, o secretário de Estado Antony Blinken se encontrou com o premiê Benjamin Netanyahu. É a sexta viagem dele ao Oriente Médio desde que começou a guerra. Ele ainda se reuniu com o ministro do Gabinete de Guerra Benny Gantz, apontado pelas pesquisas eleitorais como o próximo primeiro-ministro de Israel, em caso de novas eleições
Para Doha, onde estão desde segunda-feira passada os negociadores egípcios, cataris, israelenses e americanos, voltou o chefe do Mossad, David Barnea, depois de consultas em Jerusalém. Fala-se em "otimismo prudente".
A guerra continua centrada no hospital Al Shifa, em Gaza. Israel diz ter matado 140 terroristas do Hamas e prendeu outros 650, entre eles "alguns comandantes". Ao mesmo tempo, as tropas israelenses estão preparando o terreno para abrigar os civis que pretende retirar de Rafah, o último reduto ainda que ainda não atacou e onde espera encontrar os dois maiores líderes do Hamas, além dos mais de 130 reféns sequestrados durante o massacre em Israel de 7/10.
Na Cisjordânia, um palestino abriu fogo contra um microônibus perto da colônia de Dolev, na região de Ramallah. Foi morto por um disparo feito de um helicóptero, depois que, num tiroteio, feriu sete soldados israelenses. Em Jerusalém, na mesquita de Al Aqsa, 120 mil muçulmanos participaram das orações da segunda sexta-feira de Ramadã, em paz.