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Ala evangélica pressiona Alcolumbre para pautar sabatina de Mendonça no Senado

Indicação de Bolsonaro para vaga no STF está travada na CCJ há mais de um mês

Angelo Nascimento, do BandNews TV

Incomodados com a demora de David Alcolumbre (DEM-AP) em pautar a sabatina de André Mendonça para a vaga no Supremo Tribunal Eleitoral, lideres evangélicos ameaçam reeleição do senador no Amapá em 2022. 

A ala espera pela aprovação da indicação de Mendonça à vaga de Marco Aurélio Mello, cumprindo a promessa de Jair Bolsonaro em ter um ministro evangélico no Supremo. 

Após idas para Brasília para conversas com o presidente da República e com Rodrigo Pacheco (DEM-MG), os líderes religiosos ameaçaram ir até o Amapá, terra de Alcolumbre, de fazer campanha contra sua reeleição ao Senado e até de lançar um candidato próprio para a cadeira em 2022.

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, já pediu informações ao senador e presidente da da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado a respeito da sabatina na última terça (21). A legislação prevê a resposta em 10 dias - prazo que foi visto nos bastidores como mais um argumento para Alcolumbre retardar ainda mais a data da sabatina.

Com as explicações em mãos, Lewandowski pretende encaminhá-las à Procuradoria-Geral da República para que esta se manifeste sobre o caso.

Interlocutores de Bolsonaro admitem que existe uma resistência no Senado em relação ao nome de André Mendonça. Porém, o presidente não dá indícios que vá cancelar a indicação para manter seu compromisso com a base evangélica, até para evitar um atrito com a ala, considerada importante nos planos para as eleições presidenciais de 2022.

Por outro lado, o presidente do Senado não considera pertinente pressionar ou tirar a autonomia de presidentes de comissões, como é o caso de Alcolumbre e da CCJ. Mas Pacheco teme uma intervenção do STF para marcar a sabatina, assim como aconteceu com a instalação da CPI da Pandemia.

A oficialização de André Mendonça por Bolsonaro à vaga no STF foi feita há mais de dois meses, em 13 de julho. O pedido foi encaminhado pela presidência do Senado para a CCJ em 19 de agosto.

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