Muito ouro, pedras preciosas; saiba como é a coroa que rei Charles III irá usar

A coroa feita em ouro sólido de St. Edward fica na Tower of London e só é retirada do local em ocasiões muito raras

Da Redação

Rainha Elizabeth II com a coroa real Reprodução/Instagram/@theroyalfamily
Rainha Elizabeth II com a coroa real
Reprodução/Instagram/@theroyalfamily

Proclamado rei neste sábado (10), após a morte da rainha Elizabeth, Charles III irá usar a coroa real de St. Edward [Santo Eduardo], que pesa cerca de 2,2 quilos e é feita em ouro sólido. A coroa também conta com 444 pedras preciosas e semipreciosas: 345 águas-marinhas, 37 topázios brancos, 27 turmalinas, 12 rubis, 7 ametistas, 6 safiras, 2 jargões, 1 granada, 1 espinélio e 1 carbúnculo.

Charles só receberá a coroa durante a cerimônia oficial, que deve acontecerá após o período de luto. A coroa de St. Edward fica na Tower of London, uma das fortalezas da família real, e só é retirada do local apenas em coroações reais. 

De acordo com o jornal britânico Daily Mail, com o nome de Eduardo, o Confessor, a Coroa de Santo Eduardo tem sido usada para coroar monarcas britânicos em suas coroações desde o século XIII. Mas em 1533 também foi usado para coroar a controversa segunda esposa de Henrique VIII, Ana Bolena – sem precedentes para uma rainha consorte.

A coroa original era uma relíquia sagrada mantida na Abadia de Westminster, local de sepultamento de Eduardo, até ser derretida pelos parlamentares em 1649 durante a Guerra Civil Inglesa. A versão atual da Coroa de Santo Eduardo foi feita para Carlos II em 1661. Foi modelada para se assemelhar muito à coroa medieval, com uma pesada base de ouro e aglomerados de pedras semipreciosas, mas os arcos são muito barrocos.

Apenas seis monarcas foram coroados usando a Coroa de Santo Eduardo: Carlos II (1661), Jaime II (1685), Guilherme III (1689), Jorge V (1911), (1937) e Elizabeth II (1953). Até o início do século XX, as pedras que compõe a coroa eram alugadas para a ocasião da coroação e depois devolvidas. Foi somente em 1911 que George V garantiu que a coroa fosse permanentemente revestida com suas pedras semipreciosas.

Em 1953, a rainha Elizabeth II adotou uma imagem estilizada da coroa para uso em brasões, emblemas, logotipos e outras insígnias em todos os reinos da Commonwealth para simbolizar sua autoridade real. 

Como será a coroação de rei Charles III

A coroação oficial de rei Charles III pode acontecer em até um ano. Com a morte da rainha Elizabeth II, o país passa por um período de luto e isso permite tempo o suficiente para que a coroação seja planejada. A cerimônia, que será realizada na Abadia de Westminster, exige um tempo de preparação que pode ir de meses até um ano. 

A cerimônia é realizada pelo arcebispo de Cantuária, o clérigo mais graduado da Igreja da Inglaterra. Os costumes do evento são praticamente os mesmos dos últimos mil anos. O novo monarca é apresentado pela primeira vez ao povo. Em seguida, ele faz o juramento. Charles se comprometerá a governar de acordo com a lei, a exercer a justiça com misericórdia – promessas simbolizadas pelas quatro espadas nas insígnias da coroação – e a manter a Igreja Católica na Inglaterra.

O monarca é então “ungido, abençoado e consagrado” pelo arcebispo, enquanto está sentado na cadeira do Rei Eduardo – feita em 1300 e usada por todos os soberanos desde 1626). Depois, o arcebispo coloca a Coroa de Santo Eduardo na cabeça do novo rei, recebe homenagens e então é celebrada a Sagrada Comunhão.

A oficialização de Charles como rei acontecerá no Palácio St. James, em Londres, a partir das 10h desde sábado. A Proclamação Principal será lida às 11h (horário de Londres) da varanda do palácio pelo oficial da Garter King of Arms, acompanhado pelo Earl Marshal e outros oficiais. A segunda Proclamação será lida na cidade de Londres, no Royal Exchange, às 12h (horário local). Outras proclamações estão marcadas para Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales no domingo (11h), às 12h.  

Durante o período de proclamação, as bandeiras ficarão hasteadas até uma hora após a cerimônia na Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales. Após a oficialização de Charles III como rei, as bandeiras voltarão a meio mastro em sinal de luto pela morte da rainha Elizabeth II.   

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