Filho do goleiro Bruno e de Eliza Samudio, assassinada em 2010, o jovem Bruninho Samudio, de 14 anos, assinou para jogar pelo sub-14 do Botafogo no último dia 17.
Como o pai - a paternidade presumida foi decretada pela Justiça - Bruninho também joga como goleiro. Foi dispensado em junho da base do Athletico Paranaense, onde atuava desde 2022.
Rumores apontam problemas de comportamento e disciplina levaram ao fim do contrato, o que sua avó e mãe de Eliza, Sônia Moura, nega.
Pelo clube, foi eleito neste ano como melhor goleiro da Copa Voltaço, maior competição sub-14 do país.
De acordo com informações do jornal Extra, sete clubes procuraram o agente de Bruninho para teste e possível contratação. O Botafogo chegou antes e contratou o jovem sem testar.
Relembre caso Eliza Samudio
A paternidade de Bruninho foi o estopim do assassinato de sua mãe, que lutava na Justiça para que o atleta reconhecesse o filho, então com 4 meses. Eliza sumiu em 4 de junho de 2010, aos 25 anos de idade.
Segundo o inquérito policial, a modelo foi levada à força do Rio de Janeiro para Minas Gerais a um propriedade de Bruno, mantida em cativeiro, executada e esquartejada a mando do goleiro, um plano que teria sido traçado meses antes.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é apontado como homem que matou a mulher enforcada, cortou o corpo e jogou partes aos cães. Os restos mortais da jovem nunca foram encontrados.
Criado pela avó
Pouco tempo após o crime, Bruninho foi entregue para a ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues.
Depois disso, o bebê foi encontrado num terreno em Ribeirão das Neves, em Minas Gerais.
A guarda do garoto foi disputada pelo pai de Eliza, Luiz Carlos Samudio, condenado e preso por estupro mais tarde, e a mãe da modelo, Sônia Moura, que o cria até hoje.
Bruninho foi morar com Sônia em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e mostrou interesse pelo futebol desde muito pequeno. Matriculado numa escolinha do esporte, logo mostrou talento no gol.
Em 2021, após ter sido reconhecido por um olheiro do Athletico-PR, o garoto foi morar com a avó em Curitiba, para ir atrás do sonho de jogar profissionalmente.
Bruno segue cumprindo, hoje em regime aberto, a sentença de 22 anos e três meses de prisão por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado do filho.
Já Sônia luta na Justiça para receber a pensão do neto, que foi estabelecida e continua em atraso de anos.