Após quase cinco meses de negociações, o Senado dos Estados Unidos conseguiu aprovar nesta terça-feira (13/02) uma ajuda de 60 bilhões de dólares (R$ 297,1 bilhões) à Ucrânia.
"Certamente faz anos, se não décadas, que o Senado não aprovava uma lei com um impacto dessa magnitude – não só na nossa segurança nacional e na de nossos parceiros, mas também na segurança da democracia ocidental", disse o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer.
O projeto de lei – que prevê ainda outros 14 bilhões de dólares (R$ 69,3 bilhões) a Israel, 8 bilhões de dólares a Taiwan (R$ 39,6 bilhões) e 9,2 bilhões de dólares (R$ 45,6 bilhões) em assistência humanitária à Faixa de Gaza –, teve o aval de 70 dos 100 senadores e segue agora para a Câmara dos Representantes, onde a aprovação é incerta, já que lá os republicanos têm a maioria dos assentos – 219 contra 212 – e o presidente da Casa, Mike Johnson, já sinalizou que pretende rejeitá-lo.
O argumento de Johnson é de que o projeto de lei não prevê verbas para a segurança da fronteira dos EUA com o México e o combate à imigração ilegal, ignorando "o problema mais urgente que nosso país enfrenta".
Na semana passada, por influência do ex-presidente e pré-candidato à Casa Branca Donald Trump, os senadores republicanos rejeitaram um pacote de leis no valor de 118 bilhões de dólares que contemplava a reivindicação da oposição, incluindo, além da ajuda externa, mais dinheiro para a segurança da fronteira.
Em resposta, os democratas decidiram avançar com um projeto de lei separado contendo apenas a ajuda para Ucrânia, Israel e Taiwan, que acabou sendo apoiado também por 22 republicanos.
Zelenski agradece
A Ucrânia depende da continuidade do apoio americano se quiser resistir à invasão russa, que já dura dois anos. Os EUA são de longe o maior financiador militar de Kiev, tendo aprovado desde então o repasse de mais de 44 bilhões de dólares (R$ 217,9 bilhões).
Antes da votação, o presidente Joe Biden fez um apelo urgente aos senadores, afirmando que "os custos da inação estão aumentando a cada dia, especialmente na Ucrânia". "Já estamos vendo relatos de tropas ucranianas com escassez de munição nas linhas de combate", alertou o chefe de governo americano.
Embora o novo pacote de ajuda ainda dependa da aprovação da Câmara dos Representantes, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, agradeceu aos EUA, citando a importância do apoio americano para "salvar vidas do terror russo", conquistar uma "paz justa" e restaurar a estabilidade global.
ra/md (dpa, Reuters, AFP, AP)