A Shein informou nesta quinta-feira (20) que irá investir R$ 750 milhões dentro do plano de ter 85% das vendas no Brasil produzidas localmente em até quatro anos. Em carta enviada para Fernando Haddad e obtida pela Band, a plataforma de vendas do varejo informou ao ministro da Fazenda que o investimento tem o objetivo de fornecer tecnologia e treinamento para fabricantes brasileiros.
Além disso, a Shein afirma na carta que tem o objetivo de “atualizar seus modelos atuais de produção para o modelo sob demanda da Shein”. Para a plataforma, a medida irá permitir a produtores locais ”gerenciar melhor os pedidos, reduzir o desperdício e diminuir o excesso de estoque, resultando em uma maior agilidade para responder à demanda do mercado".
A companhia também anunciou na carta a abertura do marketplace para vendedores locais. Assim, é possível comprar diretamente de brasileiros, ao invés de importar produtos da China. "O modelo do marketplace começou a ser testado no país em 2022”, completa a nota.
Mais cedo, Haddad anunciou que a plataforma se comprometeu a aderir ao plano de conformidade da Receita Federal e normalizar relações com o Ministério da Fazenda. “Se a regra valer pra todo mundo, eles absorverão os custos dessa conformidade, não repassarão”, avaliou.
O ministro pontuou que o plano de conformidade com a legislação tributária brasileira deve seguir os países desenvolvidos. "É o que se chama no exterior de digital tax, um imposto digital. Ou seja, quando o consumidor comprar, ele está desonerado de qualquer recolhimento de tributo. A tributação terá sido feita pela empresa sem repassar para o consumidor nenhum custo adicional", relatou.
O anúncio ocorreu após uma reunião entre Haddad e acionistas da empresa na Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O encontro foi marcado logo após o governo recuar e não acabar com a isenção de importação de produtos até US$ 50 por meio de plataformas como a Shein.