Uma das maiores fraudes dos últimos anos no sistema financeiro brasileiro, o caso do Banco PanAmericano quase faliu o apresentador Silvio Santos, que morreu neste sábado (17), aos 93 anos. O também empresário, que era dono da instituição financeira, teve que colocar outras empresas do Grupo Silvio Santos como garantia para poder vender a instituição para o Banco BTG Pactual.
Segundo informações da época, diretores do banco registravam ativos e créditos fictícios para inflar resultados da instituição. A fraude não foi percebida por controles internos nem por auditores independentes. As primeiras informações afirmavam que o rombo era de R$ 2,5 bilhões, mas após vistoria do Banco Central, o valor saltou para R$ 4 bilhões.
Pelo menos sete ex-diretores foram condenados por crimes financeiros cometidos entre 2007 e 2010. As fraudes no balanço chegaram a mudar até a avaliação do mercado sobre as ações do PanAmericano na Bolsa de Valores de São Paulo.
A fraude foi descoberta em 2010, quando o Banco Central decidiu comparar os créditos comprados e vendidos pelo PanAmericano com os outros bancos brasileiros.
Silvio Santos precisou pedir um empréstimo de R$ 2,5 bilhões ao Fundo Garantidor de Créditos para evitar a liquidação do banco e deixou como garantia as outras empresas gerenciadas pelo apresentador. Em 2011, o banco foi vendido por um valor abaixo do mercado, ao BTG Pactual, por R$ 450 milhões.